Mesmo quando queimarem os ocos
De ar difícil
Os tempos seguirão loucos
Neste reinício
Convencionado como dois mil e dezoito
Para não estourarem logo comigo
Solto os fogos e os focos
Talvez eu fique longe dos lucros sub-reptícios
E dos felizes danos novos
Nos outros anos também disse isso.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
Datas e palavras
Trinta e um de dezembro
Primeiro de janeiro
Se bem que me lembro
São só datas
Vizinhas no calendário
Sol, chuva, vento,
Pedra, limoeiro
Quando não invento
São apenas palavras
Coisas de vocabulário.
Primeiro de janeiro
Se bem que me lembro
São só datas
Vizinhas no calendário
Sol, chuva, vento,
Pedra, limoeiro
Quando não invento
São apenas palavras
Coisas de vocabulário.
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
A luta
Para não ser mais nunca
Idiota
Para transformar a fúria
Em revolta
Resolveu até a luta
Ficar não só aparentemente nova
Ela se apruma
Em cada segundo das horas
Para não ser minguante
O mundo e as pessoas
Dão falsos brilhantes
E verdadeiras voltas
A luta está cheia da enchente
Desta inércia toda
A luta será crescente
Porque a fase está foda.
Idiota
Para transformar a fúria
Em revolta
Resolveu até a luta
Ficar não só aparentemente nova
Ela se apruma
Em cada segundo das horas
Para não ser minguante
O mundo e as pessoas
Dão falsos brilhantes
E verdadeiras voltas
A luta está cheia da enchente
Desta inércia toda
A luta será crescente
Porque a fase está foda.
domingo, 17 de dezembro de 2017
O rádio
O rádio avisa
Visibilidade baixa
Mentalidade fora da caixa
O rádio noticia
A chegada da ressaca
Ondas nada fracas
E quem se sintoniza
Com o que se passa
Na alma, na praça?
Quem está à deriva
Não atraca
No caos e se atrasa.
Visibilidade baixa
Mentalidade fora da caixa
O rádio noticia
A chegada da ressaca
Ondas nada fracas
E quem se sintoniza
Com o que se passa
Na alma, na praça?
Quem está à deriva
Não atraca
No caos e se atrasa.
sábado, 16 de dezembro de 2017
Dias líquidos, minutos secos
Nestes dias líquidos
A solidão fica mais sólida
Do que longínqua
É a goma de mascar na sola
Do sapato lívido
De medo por não pisar na lógica
Do discurso cínico
Por não fechar as portas da loja
Diante do feriado cívico
Nestes minutos secos
De empatia e de humanidade
Ao longo deste atual século
É preciso extinguir a saudade
Da foto, do corpo, do selo
Para estampar uma nova idade
Antes que derreta o gelo
Do copo vazio e das grades
Impostas ao cerebelo
O sol solicita
Menos obscurantismo
A qualquer hora do dia
Que dança na beira do abismo
A rigor, roga
Por gentileza, por favor,
Pela volta daquela coisa em voga
Chamada amor.
A solidão fica mais sólida
Do que longínqua
É a goma de mascar na sola
Do sapato lívido
De medo por não pisar na lógica
Do discurso cínico
Por não fechar as portas da loja
Diante do feriado cívico
Nestes minutos secos
De empatia e de humanidade
Ao longo deste atual século
É preciso extinguir a saudade
Da foto, do corpo, do selo
Para estampar uma nova idade
Antes que derreta o gelo
Do copo vazio e das grades
Impostas ao cerebelo
O sol solicita
Menos obscurantismo
A qualquer hora do dia
Que dança na beira do abismo
A rigor, roga
Por gentileza, por favor,
Pela volta daquela coisa em voga
Chamada amor.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
Mesmo que se diga quanto
A melhor hora do desconto
É quando não compro
Mesmo que se diga quanto
Penso em feijão ao comer guando
Tamanha é a crise
Que lá pelas tantas se define
A cor nestes dias que geral pede
Ao mercado a tintura
De black para red
Friday, você não imagina a penúria
É quando não compro
Mesmo que se diga quanto
Penso em feijão ao comer guando
Tamanha é a crise
Que lá pelas tantas se define
A cor nestes dias que geral pede
Ao mercado a tintura
De black para red
Friday, você não imagina a penúria
terça-feira, 28 de novembro de 2017
Privilegiadas do idioma
Cupincha é uma ótima palavra,
uma das privilegiadas
do idioma cujo som
transmite de forma exata
o que significa assim como
borbulhas, raiva.
grunhir.
uma das privilegiadas
do idioma cujo som
transmite de forma exata
o que significa assim como
borbulhas, raiva.
grunhir.
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
Quando passa o avião
Quando passa o avião
Fica preocupada
A equipe do som
Eu tenho saudades
Daquelas entediadas
E remotas tardes
Da minha infância
É bom não fazer nada
Com a partida ganha
Nossos olhos seguem
Iguais, com a mesma piscada
E os olhares não conseguem.
Fica preocupada
A equipe do som
Eu tenho saudades
Daquelas entediadas
E remotas tardes
Da minha infância
É bom não fazer nada
Com a partida ganha
Nossos olhos seguem
Iguais, com a mesma piscada
E os olhares não conseguem.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
sábado, 21 de outubro de 2017
Dos dias inesquecíveis em Pernambuco
Nem no delírio mais absurdo
Eu poderia ter um vislumbre
Dos dias inesquecíveis em Pernambuco
Na espuma, no espanto, nas nuvens
De nove a dezessete de outubro
Deste set de filmagem de onde fluem
Alicerces nas janelas e nos muros
Raízes que transbordam e urgem
Por mais aberturas, eu escuto
O quanto rangem, riem e rugem
Carneiros, paraíso absoluto
Terra que, de tão real, ilude
Cinematografia em tudo
Atlântida, Cinecittà, Hollywood?
Nada supera este mundo
É outro tipo de desfrute.
Eu poderia ter um vislumbre
Dos dias inesquecíveis em Pernambuco
Na espuma, no espanto, nas nuvens
De nove a dezessete de outubro
Deste set de filmagem de onde fluem
Alicerces nas janelas e nos muros
Raízes que transbordam e urgem
Por mais aberturas, eu escuto
O quanto rangem, riem e rugem
Carneiros, paraíso absoluto
Terra que, de tão real, ilude
Cinematografia em tudo
Atlântida, Cinecittà, Hollywood?
Nada supera este mundo
É outro tipo de desfrute.
domingo, 24 de setembro de 2017
O sol gira
O sol gira
Eu acordo na mesma hora
- Não no mesmo tempo -
Quase todos os dias
A manhã fica clara
Mais cedo do que na semana passada
A sombra pira
E somente piora
Cada associação do pensamento
Em caso de antiterapia
Então, eu saio do inferno, da sala
E do elevador interno rumo à escada
Tiras
Deixam leves as toras
De madeira no acampamento
Do humor sem polícia
Nem farda
Só a imperícia morre com tal arma.
Eu acordo na mesma hora
- Não no mesmo tempo -
Quase todos os dias
A manhã fica clara
Mais cedo do que na semana passada
A sombra pira
E somente piora
Cada associação do pensamento
Em caso de antiterapia
Então, eu saio do inferno, da sala
E do elevador interno rumo à escada
Tiras
Deixam leves as toras
De madeira no acampamento
Do humor sem polícia
Nem farda
Só a imperícia morre com tal arma.
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
Na máquina do tempo
Diante de tanto retrocesso
Arte sob censura
Homossexualidade em cura
Confesso meu forçado ingresso
Na máquina do tempo
Mas nunca vou alinhar o meu fuso
Coronário com o dos obtusos
Convictos do avanço
Nestes dias tacanhos
De Powerpoint para o futuro.
Arte sob censura
Homossexualidade em cura
Confesso meu forçado ingresso
Na máquina do tempo
Mas nunca vou alinhar o meu fuso
Coronário com o dos obtusos
Convictos do avanço
Nestes dias tacanhos
De Powerpoint para o futuro.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
domingo, 27 de agosto de 2017
A despeito do céu despido
A despeito do céu despido
Está tudo nebuloso
Quiçá um ruído na comunicação
Na solicitação do envio de nudes:
Mande nuvens.
Está tudo nebuloso
Quiçá um ruído na comunicação
Na solicitação do envio de nudes:
Mande nuvens.
Incêndio no estudo de te ver
Incêndio no estudo
de te ver
(eu também estou em foco e no fogo)
não é de propósito
para garantir o seguro
e me nutrir das migalhas do futuro
só pelo prazer
totalmente ilusório
em ter controle de tudo
prefiro os passos aleatórios
da rua que é um grande estúdio
a estar in loco neste jogo.
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Pelo combate direto
A violência é vil
E o ódio, imbecil
Mas há quem fale
Para não descermos ao nível
Do nazifascismo pelo combate
Direto
Como se a Segunda Guerra Mundial
Tivesse sido uma vernissage
Ou um sarau
Poético.
E o ódio, imbecil
Mas há quem fale
Para não descermos ao nível
Do nazifascismo pelo combate
Direto
Como se a Segunda Guerra Mundial
Tivesse sido uma vernissage
Ou um sarau
Poético.
segunda-feira, 31 de julho de 2017
Não é um filme de terror
Não é um filme de terror
Que passa na aula de História
Mas uma cortina densa que encerrou
A ocupação da senzala para além das portas
Da casa grande e tacanha
Não é um filme de terror
Que passa na linha do tempo
Mas uma máfia que entregou
Toda a riqueza que temos
À corja norte-americana
Não é um filme de terror
Que passa na hora do jornal
Mas um golpe que enterrou
O inédito avanço social
Na sarjeta, na lama.
Que passa na aula de História
Mas uma cortina densa que encerrou
A ocupação da senzala para além das portas
Da casa grande e tacanha
Não é um filme de terror
Que passa na linha do tempo
Mas uma máfia que entregou
Toda a riqueza que temos
À corja norte-americana
Não é um filme de terror
Que passa na hora do jornal
Mas um golpe que enterrou
O inédito avanço social
Na sarjeta, na lama.
Da idade das pedras
Que não seja morosa
A saída amorosa
Da idade das pedras
O que me conforta
É que até uma rosa
Brota da merda.
A saída amorosa
Da idade das pedras
O que me conforta
É que até uma rosa
Brota da merda.
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Sobre estes incríveis tempos torpes
Eu me protejo
Dos meus arrebatadores
Desejos
Não me peça tantos favores
Enquanto escrevo
Sobre estes incríveis tempos torpes
Mesmo com a informação disseminada
Os idiotas se orgulham do próprio retrato
E repetem a antiga foto
A competição nunca foi tão acirrada
Em busca do lugar mais alto
Do ódio.
Dos meus arrebatadores
Desejos
Não me peça tantos favores
Enquanto escrevo
Sobre estes incríveis tempos torpes
Mesmo com a informação disseminada
Os idiotas se orgulham do próprio retrato
E repetem a antiga foto
A competição nunca foi tão acirrada
Em busca do lugar mais alto
Do ódio.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
Salve-se
Salve-se quem puser
Os pés no chão
E instrumentos de paz quaisquer
Ao alcance da mão
Salve-se quem quiser
Ouvir o coração
Para ser o que se é
Desde a conexão
Salve-se quem puder
Estar na direção
Da filosofia, da fé
E da poesia em ebulição.
domingo, 2 de julho de 2017
Eu até penso
Eu até penso
Que papel toalha
Possa ser chapéu de palha
Na falta de silêncio
Causada pela navalha
Que ceifa o sossego,
O asfalto e a calçada
E que se chama britadeira
Em plena véspera de segunda-feira.
Que papel toalha
Possa ser chapéu de palha
Na falta de silêncio
Causada pela navalha
Que ceifa o sossego,
O asfalto e a calçada
E que se chama britadeira
Em plena véspera de segunda-feira.
quinta-feira, 29 de junho de 2017
Roleta russa
A quem não sua
Devido ao inverno
Vai de medo às ruas
Vendido inferno
Roleta russa
Retorno incerto
Para que eu suma
Basta um livro aberto.
Devido ao inverno
Vai de medo às ruas
Vendido inferno
Roleta russa
Retorno incerto
Para que eu suma
Basta um livro aberto.
domingo, 18 de junho de 2017
Nome, sobrenome e sangue
O amigo da adolescência
Que viajava comigo
Sexta, sábado e domingo
Agora é um fascista exemplar
Naturalmente não sou mais
O mesmo de anos atrás
Mas mantenho nome, sobrenome e sangue
E também não participo
Deste cinismo estabelecido
Pelos membros da gangue
O graduando de Letras
Que escrevia poesias
Hoje em dia
É policial militar.
sábado, 17 de junho de 2017
A fragrância
A fragrância
Que se chama
Lembranças
Da infância
Aconselha que nenhuma criança
Fique ao seu alcance
Até porque não há chance
A qualquer infante
De recordar que está neste instante
O presente arde em chamas
O cheiro de queimado é constante
Vence o do desodorante.
Que se chama
Lembranças
Da infância
Aconselha que nenhuma criança
Fique ao seu alcance
Até porque não há chance
A qualquer infante
De recordar que está neste instante
O presente arde em chamas
O cheiro de queimado é constante
Vence o do desodorante.
sábado, 3 de junho de 2017
Os fantasmas
Os fantasmas do passado
Andam lado a lado
Com os do presente
Não mais me assusto
Com seus olhares soturnos
Contudo, não fico indiferente
Ao nos sentarmos juntos
À fogueira de junho
Pensando num futuro referente
Aos desejos realizados
Aos medos afugentados
Pela mudança da lente.
Andam lado a lado
Com os do presente
Não mais me assusto
Com seus olhares soturnos
Contudo, não fico indiferente
Ao nos sentarmos juntos
À fogueira de junho
Pensando num futuro referente
Aos desejos realizados
Aos medos afugentados
Pela mudança da lente.
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Nenhum direito a menos às vidraças
Nenhum direito a menos às vidraças
Vândalos são os que depredam os nossos direitos
Com o futuro embaçado,
As vidraças estão aos pedaços
O povo está vidrado
Nas Diretas Já
Cada pessoa é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida
Através do resfriamento de uma massa líquida
À base de sílica
A dignidade do povo é o patrimônio
Mais alvejado pelos vândalos.
Quedê a comissão dos direitos
Das vidraças?
As vidraças respiram por ajuda de aparelhos.
As vidraças feridas aguardam
Doações de sangue.
Sem salários há tempos,
As vidraças avisam que estão quebradas.
Vândalos são os que depredam os nossos direitos
Com o futuro embaçado,
As vidraças estão aos pedaços
O povo está vidrado
Nas Diretas Já
Cada pessoa é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida
Através do resfriamento de uma massa líquida
À base de sílica
A dignidade do povo é o patrimônio
Mais alvejado pelos vândalos.
Quedê a comissão dos direitos
Das vidraças?
As vidraças respiram por ajuda de aparelhos.
As vidraças feridas aguardam
Doações de sangue.
Sem salários há tempos,
As vidraças avisam que estão quebradas.
terça-feira, 23 de maio de 2017
Cubismo não vem de Cuba
"Que Picasso te pinte!"
Em Paris
Era uma das ofensas mais hostis
No início do século vinte.
Em Paris
Era uma das ofensas mais hostis
No início do século vinte.
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Da cidade dos escombros
Blue Monday rasgando
A quarta cinza
No quarto branco
Cavalos à vista
Sem desconto
Da ficção cientifica
Da cidade dos escombros
Na vizinha piscina
Tentei nadar preso a um cinto
No primeiro minuto bebi água
Mesmo controlando o respiro
Eu me senti um rato, uma cobaia
O piso não se movia
Não saía do lugar
Seja bem-vinda a fobia
Mais nova ao meu lar.
A quarta cinza
No quarto branco
Cavalos à vista
Sem desconto
Da ficção cientifica
Da cidade dos escombros
Na vizinha piscina
Tentei nadar preso a um cinto
No primeiro minuto bebi água
Mesmo controlando o respiro
Eu me senti um rato, uma cobaia
O piso não se movia
Não saía do lugar
Seja bem-vinda a fobia
Mais nova ao meu lar.
domingo, 7 de maio de 2017
Como se fossem
É preciso pagar
As dívidas
Aos credores
Como se fossem inquilinos
Do próprio lar
É necessário carregar
As dúvidas
As dores
Como se fossem aplicativos
Do celular.
sexta-feira, 5 de maio de 2017
O sol depoente
Sob tortura,
O sol depoente
De pés juntos, jura,
Convictamente,
Que a culpa é da lua,
Ex- presidente.
O sol depoente
De pés juntos, jura,
Convictamente,
Que a culpa é da lua,
Ex- presidente.
segunda-feira, 1 de maio de 2017
Belchior foi e voltou
Que a poesia do Belchior
Ilumine nossos passos
Para um país melhor
Contra os devassos
Belchior foi e voltou
Está ao nosso lado
Tocando naquela rádio
Do interior
Para nos lembrarmos
De que o primeiro de maio
É o dia do trabalhador
E não do opressor.
sábado, 22 de abril de 2017
Nove vaidades e uma me tira
Os tempos mudam
De uma maneira
Súbita
E corriqueira
O que era
Sol na cuca
Virá em raios
E em chuvas
Tudo está tão rápido
Que parece uma fuga
Do próprio tempo
Que pensamos que temos
Mas no fundo,
No fundo mesmo,
É apenas música
Daí o remelexo.
De uma maneira
Súbita
E corriqueira
O que era
Sol na cuca
Virá em raios
E em chuvas
Tudo está tão rápido
Que parece uma fuga
Do próprio tempo
Que pensamos que temos
Mas no fundo,
No fundo mesmo,
É apenas música
Daí o remelexo.
terça-feira, 4 de abril de 2017
Nada mais atenua
Nada mais atenua
A crise brasileira
Vocês pedirão ajuda
Ao Batman, às panelas
E aos telejornais em fuga?
O futebol e a novela
Ainda manipulam
Os corações de manteiga
E as cabeças duras
Está pública a merda
No mercado, em casa, na rua
A despeito da cegueira
Da classe média
A lupa continua.
quinta-feira, 30 de março de 2017
Meu amor me solicitou
Meu amor me solicitou
Com todo o amor
E charme para voltar
A trocar ideias
E ideais
Com ela, de qualquer forma
E em letra de forma
A Norma
Bem
Gel me disse
Que os cafajestes irão ao cio,
Ao céu,
Ao sal da serra,
Da cerva
Y otras milongas más
Pais e amores para nós,
Órfãos dos órgãos sobrenaturais
Mas resgatá-los-emos
Em paz
Com pés e asas...
Com todo o amor
E charme para voltar
A trocar ideias
E ideais
Com ela, de qualquer forma
E em letra de forma
A Norma
Bem
Gel me disse
Que os cafajestes irão ao cio,
Ao céu,
Ao sal da serra,
Da cerva
Y otras milongas más
Pais e amores para nós,
Órfãos dos órgãos sobrenaturais
Mas resgatá-los-emos
Em paz
Com pés e asas...
domingo, 26 de março de 2017
Espelho sem vidro
A proposição da marginalidade
É exposta,
Não como um cancro ou um vírus,
Conforme a mentalidade
Da ideologia prestigiosa,
Mas sobretudo como um espelho sem vidro
Para que cada indivíduo se reflita
E reflita.
É exposta,
Não como um cancro ou um vírus,
Conforme a mentalidade
Da ideologia prestigiosa,
Mas sobretudo como um espelho sem vidro
Para que cada indivíduo se reflita
E reflita.
sábado, 25 de março de 2017
Vento e raiz
Estou tão feliz
Que eu temo
Que a minha gratidão
Não possa me refletir
E outra parte de mim
De quem desdenho
Sempre de supetão
Aparece a me sugerir
Que eu não fique assim
Tudo é questão de tempo
E de respiração
A experiência diz
Para não me iludir
Com os momentos
De paz e de depressão
A vida é vento e raiz.
Que eu temo
Que a minha gratidão
Não possa me refletir
E outra parte de mim
De quem desdenho
Sempre de supetão
Aparece a me sugerir
Que eu não fique assim
Tudo é questão de tempo
E de respiração
A experiência diz
Para não me iludir
Com os momentos
De paz e de depressão
A vida é vento e raiz.
quinta-feira, 16 de março de 2017
Do ente
Parece que comove mais
A depredação
Do espaço
Do que a degradação
Do ente.
A vida deveria ter mais
Valor
Do que o patrimônio privado
Ou público, o que for,
A humanidade está doente.
A depredação
Do espaço
Do que a degradação
Do ente.
A vida deveria ter mais
Valor
Do que o patrimônio privado
Ou público, o que for,
A humanidade está doente.
quarta-feira, 15 de março de 2017
Contra a deforma da evidência
Eu sou contra
A deforma
Da evidência
Confie
E decole
Do seu mural
Qualquer dia se encontra
Na plataforma
Da consciência
Até que se envie
Todo o controle
Do painel cerebral.
A deforma
Da evidência
Confie
E decole
Do seu mural
Qualquer dia se encontra
Na plataforma
Da consciência
Até que se envie
Todo o controle
Do painel cerebral.
segunda-feira, 13 de março de 2017
Das delações da Odebrecht
Quatrocentos agentes políticos
Estão nada tranquilos
Com a proximidade
Da quebra de sigilo
Das delações da Odebrecht
A semana promete.
Estão nada tranquilos
Com a proximidade
Da quebra de sigilo
Das delações da Odebrecht
A semana promete.
sexta-feira, 3 de março de 2017
Uma esperança tão inevitável quanto estranha
Nestes tempos ásperos
E sabidamente ignorantes
Eu espantosamente espero
Ser chamado de intolerante
Por quem não se vê no espelho
E repete o discurso dos anunciantes
Eu tenho uma esperança
Tão inevitável
Quanto estranha
De ser acusado
De intolerância
Com os teleguiados
Pela vizinhança
Com as panelas nos armários.
E sabidamente ignorantes
Eu espantosamente espero
Ser chamado de intolerante
Por quem não se vê no espelho
E repete o discurso dos anunciantes
Eu tenho uma esperança
Tão inevitável
Quanto estranha
De ser acusado
De intolerância
Com os teleguiados
Pela vizinhança
Com as panelas nos armários.
quarta-feira, 1 de março de 2017
Aguerrido diário
O meu blogue faz aniversário
Exatamente hoje
São dez anos de confessionário
Eletrônico
De um aguerrido diário
Uma espécie de caixa preta
Do que se goza e se sofre
E a quem interpreta
Os poemas como se fossem sonhos
Advirto
Que as leituras podem não ser as mesmas
E me divirto.
Exatamente hoje
São dez anos de confessionário
Eletrônico
De um aguerrido diário
Uma espécie de caixa preta
Do que se goza e se sofre
E a quem interpreta
Os poemas como se fossem sonhos
Advirto
Que as leituras podem não ser as mesmas
E me divirto.
Quando participava do trote nonsense
Quando participava do trote nonsense
De Produção Cultural
Da Universidade Federal
Fluminense
Num incrivelmente remoto
Mil novecentos e noventa e oito,
Um menino de rua quis contribuir
Com umas moedas
Eu tentei repelir
Mas ele fez questão da oferta
Enquanto pessoas túrgidas de riqueza
Tão-somente material
Sequer olhavam para minha cara cheia
De tinta e surpresa.
De Produção Cultural
Da Universidade Federal
Fluminense
Num incrivelmente remoto
Mil novecentos e noventa e oito,
Um menino de rua quis contribuir
Com umas moedas
Eu tentei repelir
Mas ele fez questão da oferta
Enquanto pessoas túrgidas de riqueza
Tão-somente material
Sequer olhavam para minha cara cheia
De tinta e surpresa.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Car naval
Eu me sinto
O próprio botão de F cinco
A ver navios
Car naval
Terá início
Fora do habitual
Depois das cinzas
Fogo à vista
E em despretensões
Sinfônicas e ambulantes
No sábado de sonhos e sons
Há vício aos navegantes:
É o mar!
É amar!
Venha, Março:
Será o máximo.
O próprio botão de F cinco
A ver navios
Car naval
Terá início
Fora do habitual
Depois das cinzas
Fogo à vista
E em despretensões
Sinfônicas e ambulantes
No sábado de sonhos e sons
Há vício aos navegantes:
É o mar!
É amar!
Venha, Março:
Será o máximo.
domingo, 26 de fevereiro de 2017
A cegueira anda tão má
Muitos estão cegos
Com os olhos diretos
Para o umbigo do ego
Naturalmente o xingamento
Não é para quem xinga
Quase ninguém enxerga
O que nos cerca
Pacificadas guerras
Cordão de isolamento
Enfeite para turista
A cegueira anda tão má
Que é bem capaz de eclipsar
O dominical eclipse solar
Do carnaval na praça sob incêndio
Ilusão enfumaçada segue após as cinzas.
Com os olhos diretos
Para o umbigo do ego
Naturalmente o xingamento
Não é para quem xinga
Quase ninguém enxerga
O que nos cerca
Pacificadas guerras
Cordão de isolamento
Enfeite para turista
A cegueira anda tão má
Que é bem capaz de eclipsar
O dominical eclipse solar
Do carnaval na praça sob incêndio
Ilusão enfumaçada segue após as cinzas.
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Todas as coisas devem passar
Todas as coisas devem passar:
A tristeza, a alegria
A cidade, o sertão e o mar
Todas as coisas devem pesar
Consciência dividida
Entre o remorso e o radar
Todas as coisas devem pisar
Caso não se pisem
Com a leveza no andar
Todas as coisas devem pousar,
Da dúvida à certeza, um palpite
De intuição no olhar
Todas as coisas devem pulsar
Coração, veia e bateria
Para não ter que se carregar
Todas as coisas devem passar
Minuto, hora e dia
Preocupação não tem lugar.
A tristeza, a alegria
A cidade, o sertão e o mar
Todas as coisas devem pesar
Consciência dividida
Entre o remorso e o radar
Todas as coisas devem pisar
Caso não se pisem
Com a leveza no andar
Todas as coisas devem pousar,
Da dúvida à certeza, um palpite
De intuição no olhar
Todas as coisas devem pulsar
Coração, veia e bateria
Para não ter que se carregar
Todas as coisas devem passar
Minuto, hora e dia
Preocupação não tem lugar.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Imperativos
Descreva quem é você
Edite informações
Adicione fotos em destaque
Publique o que você está pensando
Veja todos os amigos
Responda às solicitações de amizade
Descreva todos os amigos
Edite quem é você
Adicione informações
Publique as solicitações de amizade
Veja o que você está pensando
Responda às fotos em destaque
Descreva informações
Edite o que você está pensando
Adicione quem é você
Publique as fotos em destaque
Veja as solicitações de amizade
Responda a todos os amigos
Descreva as fotos em destaque
Edite todos os amigos
Adicione as solicitações de amizade
Publique informações
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Explodindo de sol
Domingo de carnaval
Explodindo de sol
Perto do meio-dia
Feito anel de fogo
No retiro espiritual
Eu comigo e só
Noutro tipo de folia
Onde não me afogo
Será um eclipse parcial
Seguirá o suor
Saindo dos poros e vias
Com outros olhos.
Explodindo de sol
Perto do meio-dia
Feito anel de fogo
No retiro espiritual
Eu comigo e só
Noutro tipo de folia
Onde não me afogo
Será um eclipse parcial
Seguirá o suor
Saindo dos poros e vias
Com outros olhos.
sábado, 11 de fevereiro de 2017
No alterado trajeto
No alterado trajeto
Talvez já constasse
O câmbio desde o início do projeto
Eu ando adiante
Apesar dos perigos desta fase
Os garimpos não estão distantes
Desvio
Pode ser roubo
Ou mudança de caminho
Prefiro modificar a rota
A seguir me roubando todo
E ganhando derrotas.
Talvez já constasse
O câmbio desde o início do projeto
Eu ando adiante
Apesar dos perigos desta fase
Os garimpos não estão distantes
Desvio
Pode ser roubo
Ou mudança de caminho
Prefiro modificar a rota
A seguir me roubando todo
E ganhando derrotas.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
Já é fevereiro no Rio
Do cordão do batalhão de choque
Ao cordão do bloco do chopp
Entre tamborins e cassetetes
Sob a chuva de balas perdidas com confetes
No roncar estomacal e da cuíca
Há atitudes pobres e ricas
Em busca do dinheiro que ainda não veio
Já é fevereiro no Rio de já neuras.
Ao cordão do bloco do chopp
Entre tamborins e cassetetes
Sob a chuva de balas perdidas com confetes
No roncar estomacal e da cuíca
Há atitudes pobres e ricas
Em busca do dinheiro que ainda não veio
Já é fevereiro no Rio de já neuras.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Para o sonho em curso
As pessoas
Ditas espertas
Mais se atordoam
Do que se despertam
Para o sonho em curso
A utopia não dista tanto
Esta realidade é um absurdo
E não adiantam golpes e quebrantos
A vida não é um comercial de margarina
E a morte também aparece no horário nobre
Atrapalhando a janta da família quando menos se imagina
Só nos desenhos animados o sangue não se mostra nem corre.
Ditas espertas
Mais se atordoam
Do que se despertam
Para o sonho em curso
A utopia não dista tanto
Esta realidade é um absurdo
E não adiantam golpes e quebrantos
A vida não é um comercial de margarina
E a morte também aparece no horário nobre
Atrapalhando a janta da família quando menos se imagina
Só nos desenhos animados o sangue não se mostra nem corre.
sábado, 28 de janeiro de 2017
Sorriso imberbe
Quase que escovei os dentes
Com creme de barbear
Ainda bem que meu sorriso é imberbe
Há quem pense que segue em frente
Mas nem saiu do lugar
O calor é menos do motor do que da febre
Às vezes pareço indiferente
Embora eu capte os sinais do ar
Melhor ser aflito do que um bobo alegre.
Com creme de barbear
Ainda bem que meu sorriso é imberbe
Há quem pense que segue em frente
Mas nem saiu do lugar
O calor é menos do motor do que da febre
Às vezes pareço indiferente
Embora eu capte os sinais do ar
Melhor ser aflito do que um bobo alegre.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
A qualquer momento
Uma vela estrategicamente posicionada
Em caso de falta
De eletricidade
Um rolo de papel higiênico
A qualquer momento
Que as fezes sujarem
Algum tipo de suporte
Para as coisas que não podem
Ser feitas mais tarde.
Em caso de falta
De eletricidade
Um rolo de papel higiênico
A qualquer momento
Que as fezes sujarem
Algum tipo de suporte
Para as coisas que não podem
Ser feitas mais tarde.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
Teori da conspiração
Ah, mas o avião caiu
Por causa do mau tempo
Que está há um bom tempo
No ar do Brasil.
Por causa do mau tempo
Que está há um bom tempo
No ar do Brasil.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
O voo Mike Hotel três sete zero
O voo Mike
Hotel três sete zero
Da Malaysia Airlines
É um dos grandes mistérios
Da humanidade
Transcende o ambiente aéreo
Em qual dos mares
Estão os destroços submersos?
Hotel três sete zero
Da Malaysia Airlines
É um dos grandes mistérios
Da humanidade
Transcende o ambiente aéreo
Em qual dos mares
Estão os destroços submersos?
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
sábado, 14 de janeiro de 2017
São coisas que se sentem
Dos funerais e carnavais
Aos dias úteis e banais
Por mais que se tente
Ninguém entende
A poesia silenciosamente loquaz
A morte sobrevivente
E o amor entre
O mar e o cais
São coisas que se sentem
E nunca se vendem
Mesmo com apelos comerciais
That's all, my friends.
Aos dias úteis e banais
Por mais que se tente
Ninguém entende
A poesia silenciosamente loquaz
A morte sobrevivente
E o amor entre
O mar e o cais
São coisas que se sentem
E nunca se vendem
Mesmo com apelos comerciais
That's all, my friends.
domingo, 1 de janeiro de 2017
Um feliz ânimo novo
O que ocorre
No planeta?
Pessoas morrem
E nascem obsoletas
Com o pensamento
De mil e quinhentos
O que acontece
No mundo?
Pessoas só parecem
E fingem muito
Em nome do regulamento
Do manual de bom comportamento
O ano passado foi bem difícil
Não teve sabor de sorvete de flocos
E eu desejo um feliz ânimo novo
À espera da queima dos focos de artifício.
No planeta?
Pessoas morrem
E nascem obsoletas
Com o pensamento
De mil e quinhentos
O que acontece
No mundo?
Pessoas só parecem
E fingem muito
Em nome do regulamento
Do manual de bom comportamento
O ano passado foi bem difícil
Não teve sabor de sorvete de flocos
E eu desejo um feliz ânimo novo
À espera da queima dos focos de artifício.
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