quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eco lógico

o maior inimigo sou eu:
saturnino praga
que prega pudores e temores
saturnos aterrados
capricorneando a rua
cancerosa, tropical
os tópicos que cruzam
o planeta
são minha lua e meu sol
luz que grita em decibel
em si bemol
cruz zoodíaca
animalesca
eco
lógico
mas nem tão
óbvia a via
de duas mãos
ou mais
atua
como um colo que se vai
e antes de atravessar
olha pros dois lados da lua
chumbando gêmeos
universalgando
significados
songs, singles
sonhos swingados
no mais, espero, supero
suspiro
com esmero, respiro maníaco
debaixo d'água liberando
bolhas de fogo que
não se afogam nem fodendo
meus amores e humores
rumam via energenética.

domingo, 28 de agosto de 2016

Edifícios sob chamas na alvorada

Edifícios
Sob chamas
Na alvorada
É difícil
Ouvir quem chama
Na varanda cercada
De toldos e grilos
Todos os dramas
Tranquilos da minha casa
Cimento, tijolo, vidro
Persiana e câmeras
Para a audiência domesticada
Os melhores momentos
Não passam lentos
Os piores instantes
Não demoram tanto como antes.








sábado, 27 de agosto de 2016

As tramas e os traumas

Os fantasmas
Do cemitério federal
Agora festejam
As tramas e os traumas
De um tempo ditatorial
Saíram das gavetas
A fauna
Dos idiotas farreia num infame carnaval
Que não finda na quarta-feira
A calma
Para ser atributo de uma vida legal
Grita insatisfeita
As armas
Do golpe atual
São as canetas.




sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Os arcos, o campo e o canto

Os arcos
Da Lapa
Não podem ser largados
Às moscas larápias
Que alegam legados
Nos elefantes brancos que se alastram
O campo
E o canto
Estão amplos
Portanto, como ambos,
Não me acanho
E continuo ampliando
O arco
Íris
Nunca será tão prosaico
Quanto o pires
Manchado de café fraco
Nas manhãs tristes
Eu enxergo
Mas não quebro
Não é de vidro
O que me deixa envolvido
É algo etéreo
Que trago no ar cheio de mistério
O arco
Da velha
Não pode ser tão arcaico
Quanto o barco
De priscas eras
O mar não se sossega quando bravo.