quinta-feira, 30 de julho de 2015

Quase no ponto

Eu perco
Ônibus
Quase no ponto
De ônus

Sem desespero
Porque ganho
Vários outros
Num escambo estranho.


terça-feira, 28 de julho de 2015

Ao senhor síndico

Acabei de ficar confinado 
No elevador do meu condomínio
A câmera é cenográfica, 
Eu, claustrofóbico
E a mensalidade, cara
O interfone não tem instruções
De ligar para a portaria
Que não existe mais no meu bloco
Se fosse de madrugada
Eu morreria de pavor
Tentando acordar a vizinhança
À base do grito.

sábado, 18 de julho de 2015

O processo é lendo

Eu tenho quase a certeza
Da inexistência de boas noites
Antes da energia elétrica
Sempre leio os resultados
Do meu alerta diário
O processo é lendo 
Na região metropolitana
Do risco de janeiro a desenho
Ninguém sossega o fato.




terça-feira, 14 de julho de 2015

O instante extático

A pausa
Da calma
Glauca
Faz com que me sinta
Em casa
Por mais labiríntica
Que seja
Ela é a saída
Quando a paz verde me beija
O que não afeta o diretor
De imagem na transmissão de futebol
No quadro do cuspe viscoso do jogador
E diversos torcedores não estão
A par do que acontece ao redor
Porque se entorpecem com o espelho móvel do telão
E perdem o instante extático do gol.


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Extras e vagas ânsias

Eu tenho e domino
Quase nunca
As minhas extras e vagas ânsias

O domingo
Vem antes da segunda
Para quem descansa

Até o ascetismo
Exibe as suas
Extravagâncias 

O destino
É em suma
O que ocorro desde criança.