sábado, 30 de maio de 2015

A quem sabe

Faço dos trapos
Decoração
Poemas baratos
Liquidação
Queda de apreços
Queima de enfoques
Até ficar tudo preto
Por quem colore
Na coluna do meio
A zebra vem a galope

Faço das trips
Conexão
Filosofia hippie
Geração
De energia
Eletricidade
Luz e magia
A quem sabe
Que não é ainda
Um aromático cadáver.









quinta-feira, 28 de maio de 2015

Há quem se atreva

Quando o cotidiano enerva
Todos os minutos do dia
Tento me munir de bom humor
Vivemos numa selva
Cada vez mais coagida
Num enjoativo longa de terror
Há quem se atreva
A dar sentido à vida
Através do amor.







sábado, 23 de maio de 2015

Estamos em câmbio

A canção permanece
A mesma
Os cabelos, peles,
Unhas, dentes e certezas
Variam
A cada epifania
Do dia
Estamos em câmbio
Com o tempo dançando
Ao som da música que continua um tanto quanto
Igual
Mas eu gosto dela, não faz mal.










sexta-feira, 22 de maio de 2015

Os céus me ouvem

Realmente não chove
Mais tanto amor
Tórrido e torrencial

Os céus me ouvem
O que sei de cor
Desde o primeiro luau

Por hoje
É sol
Pessoal.




terça-feira, 19 de maio de 2015

O coro do coração

Boa tarde, saudade:
Não sou tão ingrato
Para não saudá-la

Segue entre nuvens a nave
Saem os ritos e os ratos
Aliviando alguns grilos da alma

Os chutes na trave
Eram culpa do gramado
Treinei muito na sala

Já é noite quase
De onde eu sou nato
E pago pela fala

Ouço o coro
Do coração 
E corro
Para o meu logradouro.








sábado, 16 de maio de 2015

Piadas cósmicas

Astros pelados
São atropelados
Pelas lentes telescópicas
E a saliente olho nu

Nada como a cortina
Para abrir a rotina
Piadas cósmicas
E aquela política do fla X flu.





quarta-feira, 6 de maio de 2015

O tempo é um engenheiro explosivo

Horizontalizo o meu corpo o máximo possível
Líquidas são as horas
Porém, dependendo do dia,
Podem ser arenosas

Quando os minutos se misturam
Multas e muitas lamas se tornam onerosas
O tempo é um engenheiro explosivo 
Estão ouvindo o barulho das panelas, dos ódios e das obras?

Acordei relativamente cedo
Também por causa dos pássaros que se deslocam
A crise é monetária ou humanitária?
Há quem aposte que são adjetivos que se vendem, se compram e se trocam

Desperto, careço deixar o meu esqueleto
Na horizontal na cama generosa
Para não baixar a minha cabeça
Na caça de asas em cobras
Pelo andar peçonhento do planeta
Exceto o nada, pouca coisa sobra.






sexta-feira, 1 de maio de 2015

Em tempos freneticamente modificados

Visto o cheiro
De fritura
Do casaco maneiro
Produtos que se usam
Em tempos freneticamente modificados
Mentalizamos, sós, chuvas
Em solos áridos
Pelo menos, sei que meu humor muda
De afável para áspero
Quando não tem feijão na cumbuca
A despeito do deserto
Que tudo floresça na cuca.