Feliz dois mil
De Zezé
Motta
Polessa
Barbosa
E que a promessa
Possa
Ser a fresta
Em que entre
Olímpica a orquestra
Tocando sempre
Em nossos corações em festa
E que todos se lembrem
Das conversas
De amor, paz e perdão perenes
Caso contrário, nada interessa
Se é que me entendem
Felizes os dois mil decibéis.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Ganhei um iate
Ganhei um iate
Da minha noiva
Como presente de natal
Além de beijos e abraços
Vou navegar nos sete mares
Faça sol ou chova
Afinal, é um pisante legal
E não possui cadarços.
Da minha noiva
Como presente de natal
Além de beijos e abraços
Vou navegar nos sete mares
Faça sol ou chova
Afinal, é um pisante legal
E não possui cadarços.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
A chama se chama arte
Falo agora quinze
horas em vez de três da tarde
Há quem
saboreie guloseimas
Fora da data
de validade
Porque ainda teima
Em criar a doce felicidade
Apesar de indigestos problemas
E da amaríssima realidade
Do salgado mar agitado, a gente rema
A imaginação sempre cabe
Na cabeça, no coração e no cinema
A chama se chama arte
No drama, no quadro e no poema.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Quiçá fomente
Entrada somente
Para pessoas autorizadamente
Estranhas
Desperto
Ninguém é normal
Quiçá fomente
A minha mente
Mais óleo do que lama
Minério
Veneno capital
segunda-feira, 9 de novembro de 2015
Programação eclética
Cada moqueca
No seu alho
Cada discoteca
No seu rádio
Programação eclética
Intuição e memória
Depois do que ouvi,
Morfeu, está na hora
Daquela conversa
Para boy dormir
Quem opera
Sempre cansa
Pastel de queijo
Caldo de cana
Feira do desejo
De uma feliz semana.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
A faca de cabo verde
Quando me pede
A faca de cabo verde
Penso que o talher é de
Lá do país africano
E lusófono.
A faca de cabo verde
Penso que o talher é de
Lá do país africano
E lusófono.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Só em pensar
Só em pensar
Em quando o homem chegou à luta
Pela primeira vez
Percebo quem é que lucra
Com os momentos de languidez
Não posso mais
Perder tempo com disputas
Sobre política, futebol e legião
Cada um com suas luvas
Para as suas mãos.
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Quarta feita de tintas
Quarta feita de tintas
Guarda preguiça
De morosos dias
Mais amorosos
Não havia consciências
Nem remorsos
Isso não é um problema
Hoje porque eu folgo.
Guarda preguiça
De morosos dias
Mais amorosos
Não havia consciências
Nem remorsos
Isso não é um problema
Hoje porque eu folgo.
sábado, 29 de agosto de 2015
Sorte sortida
Ouvir Blue Moon
Através de Billie Holiday
Randomicamente
Num rol de seiscentos e cinquenta cinco
Justamente no dia da lua azul
Dá mais sentido à existência.
Através de Billie Holiday
Randomicamente
Num rol de seiscentos e cinquenta cinco
Justamente no dia da lua azul
Dá mais sentido à existência.
terça-feira, 25 de agosto de 2015
A ceia que é de menos
Reflexões solares
Às pessoas de boa vontade
Filtro natural
A ceia que é de menos
Cujo tutorial
Pode ser adquirido a qualquer momento
Abrindo a janela lateral
Ou a porta do espelho.
Às pessoas de boa vontade
Filtro natural
A ceia que é de menos
Cujo tutorial
Pode ser adquirido a qualquer momento
Abrindo a janela lateral
Ou a porta do espelho.
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Corrazão
Eu ligo
Para você
Para ter
Uma ideia
Comigo
Uma estratégia
Da corrazão
Por intuição do acaso
E da ocasião
Do próximo passo.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Quase no ponto
Eu perco
Ônibus
Quase no ponto
De ônus
Sem desespero
Porque ganho
Vários outros
Num escambo estranho.
Ônibus
Quase no ponto
De ônus
Sem desespero
Porque ganho
Vários outros
Num escambo estranho.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Ao senhor síndico
Acabei de ficar confinado
No elevador do meu condomínio
A câmera é cenográfica,
Eu, claustrofóbico
E a mensalidade, cara
O interfone não tem instruções
De ligar para a portaria
Que não existe mais no meu bloco
Se fosse de madrugada
Eu morreria de pavor
Tentando acordar a vizinhança
À base do grito.
No elevador do meu condomínio
A câmera é cenográfica,
Eu, claustrofóbico
E a mensalidade, cara
O interfone não tem instruções
De ligar para a portaria
Que não existe mais no meu bloco
Se fosse de madrugada
Eu morreria de pavor
Tentando acordar a vizinhança
À base do grito.
sábado, 18 de julho de 2015
O processo é lendo
Eu tenho quase a certeza
Da inexistência de boas noites
Antes da energia elétrica
Sempre leio os resultados
Do meu alerta diário
O processo é lendo
Na região metropolitana
Do risco de janeiro a desenho
Ninguém sossega o fato.
terça-feira, 14 de julho de 2015
O instante extático
A pausa
Da calma
Glauca
Faz com que me sinta
Em casa
Por mais labiríntica
Que seja
Ela é a saída
Quando a paz verde me beija
O que não afeta o diretor
De imagem na transmissão de futebol
No quadro do cuspe viscoso do jogador
E diversos torcedores não estão
A par do que acontece ao redor
Porque se entorpecem com o espelho móvel do telão
E perdem o instante extático do gol.
Da calma
Glauca
Faz com que me sinta
Em casa
Por mais labiríntica
Que seja
Ela é a saída
Quando a paz verde me beija
O que não afeta o diretor
De imagem na transmissão de futebol
No quadro do cuspe viscoso do jogador
E diversos torcedores não estão
A par do que acontece ao redor
Porque se entorpecem com o espelho móvel do telão
E perdem o instante extático do gol.
quinta-feira, 9 de julho de 2015
Extras e vagas ânsias
Eu tenho e domino
Quase nunca
As minhas extras e vagas ânsias
O domingo
Vem antes da segunda
Para quem descansa
Até o ascetismo
Exibe as suas
Extravagâncias
O destino
É em suma
O que ocorro desde criança.
terça-feira, 23 de junho de 2015
Quantos há?
Quantos produtos há
para a indústria fabricar?
Quantos insultos há
para de angústia brincar?
Às vezes eu nem quero
uma resposta
como um produto
ou indulto
Quantos futuros há
para o tempo abrigar?
Quantos muros há
até o tento brilhar?
Quase sempre eu espero
de banho tomado aquela bem disposta
pergunta
ou angústia.
para a indústria fabricar?
Quantos insultos há
para de angústia brincar?
Às vezes eu nem quero
uma resposta
como um produto
ou indulto
Quantos futuros há
para o tempo abrigar?
Quantos muros há
até o tento brilhar?
Quase sempre eu espero
de banho tomado aquela bem disposta
pergunta
ou angústia.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
O fôlego do bocejo
No oceano
Temporal
Vou nadando
Estilo crawl
Até nas gotas de segundos
Fica logo profundo
Saber respirar
Ao separar o fôlego do bocejo
Tudo se leva no mar
Na saliva do beijo
Como se não valesse a pena amar
Mas outro jeito para viver eu não vejo.
quinta-feira, 18 de junho de 2015
A sirene e o sereno
Eu tento
Não criar desapontamentos
Diante do tempo
Dou ombros e abrigos
Ao meu amigo
Imaginário de longas datas
Para ficar sempre comigo
Sobretudo nessas horas
Natimortas que nos matam
De tão ociosas
Quanto nossas
Enquanto avança a madrugada
Com as janelas calmas
Pelo vazio volátil das calçadas
Chuto baldes, amêndoas e o vento
A dar o ar da graça do tempo
Entre a sirene e o sereno.
Não criar desapontamentos
Diante do tempo
Dou ombros e abrigos
Ao meu amigo
Imaginário de longas datas
Para ficar sempre comigo
Sobretudo nessas horas
Natimortas que nos matam
De tão ociosas
Quanto nossas
Enquanto avança a madrugada
Com as janelas calmas
Pelo vazio volátil das calçadas
Chuto baldes, amêndoas e o vento
A dar o ar da graça do tempo
Entre a sirene e o sereno.
domingo, 7 de junho de 2015
Emissão de nuvens
Emissão de nuvens
De pensamento
Elas se confundem
Com as do firmamento
Algodões moram
Numa palavra sólida
Fábrica ao contrário
É onde o patrão
É o funcionário
Padrão
A fotografia no crachá
Não é a figura a se achar.
terça-feira, 2 de junho de 2015
Positividade na cabeça
O tempo não cessa
O sol recomeça
A cada nova manhã
Mesmo com o céu nublado
Positividade na cabeça
Para que as coisas aconteçam
Os gêmeos de Gêmeos da minha irmã
Já vão dar conta do recado
Quanto às jujubas vermelhas:
É bom deixar de comê-las
Para curtir uma maçã
E um churrasco no feriado.
sábado, 30 de maio de 2015
A quem sabe
Faço dos trapos
Decoração
Poemas baratos
Liquidação
Queda de apreços
Queima de enfoques
Até ficar tudo preto
Por quem colore
Na coluna do meio
A zebra vem a galope
Faço das trips
Conexão
Filosofia hippie
Geração
De energia
Eletricidade
Luz e magia
A quem sabe
Que não é ainda
Um aromático cadáver.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Há quem se atreva
Quando o cotidiano enerva
Todos os minutos do dia
Tento me munir de bom humor
Vivemos numa selva
Cada vez mais coagida
Num enjoativo longa de terror
Há quem se atreva
A dar sentido à vida
Através do amor.
sábado, 23 de maio de 2015
Estamos em câmbio
A canção permanece
A mesma
Os cabelos, peles,
Unhas, dentes e certezas
Variam
A cada epifania
Do dia
Estamos em câmbio
Com o tempo dançando
Ao som da música que continua um tanto quanto
Igual
Mas eu gosto dela, não faz mal.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Os céus me ouvem
Realmente não chove
Mais tanto amor
Tórrido e torrencial
Os céus me ouvem
O que sei de cor
Desde o primeiro luau
Por hoje
É sol
Pessoal.
terça-feira, 19 de maio de 2015
O coro do coração
Boa tarde, saudade:
Não sou tão ingrato
Para não saudá-la
Segue entre nuvens a nave
Saem os ritos e os ratos
Aliviando alguns grilos da alma
Os chutes na trave
Eram culpa do gramado
Treinei muito na sala
Já é noite quase
De onde eu sou nato
E pago pela fala
Ouço o coro
Do coração
E corro
Para o meu logradouro.
sábado, 16 de maio de 2015
Piadas cósmicas
Astros pelados
São atropelados
Pelas lentes telescópicas
E a saliente olho nu
Nada como a cortina
Para abrir a rotina
Piadas cósmicas
E aquela política do fla X flu.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
O tempo é um engenheiro explosivo
Horizontalizo o meu corpo o máximo possível
Líquidas são as horas
Porém, dependendo do dia,
Podem ser arenosas
Quando os minutos se misturam
Multas e muitas lamas se tornam onerosas
O tempo é um engenheiro explosivo
Estão ouvindo o barulho das panelas, dos ódios e das obras?
Acordei relativamente cedo
Também por causa dos pássaros que se deslocam
A crise é monetária ou humanitária?
Há quem aposte que são adjetivos que se vendem, se compram e
se trocam
Desperto, careço deixar o meu esqueleto
Na horizontal na cama generosa
Para não baixar a minha cabeça
Na caça de asas em cobras
Pelo andar peçonhento do planeta
Exceto o nada, pouca coisa sobra.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Em tempos freneticamente modificados
Visto o cheiro
De fritura
Do casaco maneiro
Produtos que se usam
Em tempos freneticamente modificados
Mentalizamos, sós, chuvas
Em solos áridos
Pelo menos, sei que meu humor muda
De afável para áspero
Quando não tem feijão na cumbuca
A despeito do deserto
Que tudo floresça na cuca.
De fritura
Do casaco maneiro
Produtos que se usam
Em tempos freneticamente modificados
Mentalizamos, sós, chuvas
Em solos áridos
Pelo menos, sei que meu humor muda
De afável para áspero
Quando não tem feijão na cumbuca
A despeito do deserto
Que tudo floresça na cuca.
terça-feira, 28 de abril de 2015
Alguém além
Entre a estrela
E a cruz
É preciso viver
E ter luz
Para evitar a cela
Antes de ceder
O maior bem
Por qualquer vintém
Pensando que vai ser
Alguém além
De um número
Respirando no túmulo.
E a cruz
É preciso viver
E ter luz
Para evitar a cela
Antes de ceder
O maior bem
Por qualquer vintém
Pensando que vai ser
Alguém além
De um número
Respirando no túmulo.
quarta-feira, 22 de abril de 2015
Descobri que sou ator
Descobri que sou ator:
Atormentado
Como uma torre
Por voos mais altos
Enquanto o tempo corre
E mora na fantasia
Pra que rimar ator e dor?
segunda-feira, 20 de abril de 2015
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Eu me acho esquisito
Eu me acho esquisito
Quando ando
Num bando de tantos estranhos
Sem os fones
De ouvido
Eu me sinto entrando
Noutro mundo
Que esculpo e escuto muito
Com as fomes
Do espírito.terça-feira, 14 de abril de 2015
Como se preenchem os meses
Tenha interesse
Justamente nas coisas
Que são exibidas às vezes
Na verdade, quase nunca,
Nos horários esnobes
Ou pergunte aos deuses
Inclusive às pessoas
Como se preenchem os meses
Com notícias malucas
Que só nos entorpecem e nos entopem.
Os destinos dos participantes
Do reality show
São mais importantes
Do que você é e do que eu sou.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Plantão de mentiras
A edição corta
O que não for do agrado
Ela joga contra
O povo e o proletariado.
Não importam
A foto e o fato
A pauta está pronta
Desde mil novecentos e sessenta e quatro.
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Um negócio capital
A situação carcerária
É assaz precária
Com mais gente
Preta e pobre entrando
E se especializando em delinquente
A partir dos dezesseis anos
As cadeias
Ficarão tão cheias,
Evidenciando a incapacidade estatal,
Que as panelas dos finos lares
Clamarão pela privatização dos cárceres:
É um negócio capital.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Temor telejornalístico
Fazem tantas gentilezas
Em manterem a família
Brasileira informada
Como um mero pavor:
Falam que eu discuto
De comerciais a letras
De música e de mímica
Inclusive sobre o nada
Que pode dizer também que o temor
Telejornalístico ludibria muito.
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Mais colégio, menos prisão
Reduzir a maioridade penal
É um gesto infeliz
De enxugar gelo
Não significa cortar o mal
Pela raiz
Apenas se quebra o espelho
Fingimento de bem-estar
Ministrado por discursos medíocres
Enquanto milhares de futuros seguem sem zelo
Mais colégio
Menos prisão
Ensino não é privilégio,
Mas obrigação.
terça-feira, 31 de março de 2015
A cidade em que habito
A cidade
Em que habito
Tem o toque
De escolher
Bem depois da tarde
Do ocaso bonito
A noite explode
Ela é o poder
Agressivamente suave
Quando transito
Entre o rock
Regressivo e o iê-iê-iê
Na realidade
Nada faz sentido
Não há mais quem enfoque
Além de mim no alvorecer.
segunda-feira, 30 de março de 2015
Cadê os cinemas das ruas das nossas existências sem o corporativismo?
Tiraram as blusas e as brumas
Deixando o cérebro desnudo
E nada pudico
Cadê os cinemas
Das ruas
Das nossas existências
Sem o corporativismo?
As pessoas obtusas e turvas
Alegam que tem havido um abuso
Inadmissível
Das cenas
Cruas
E obscenas
De nexo explícito.
sábado, 28 de março de 2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
Como nascem a lua, o sol e os meus pensamentos
Sempre que caio
Eu me levanto
Assim vou levando
A vida que não calo
Pelos desapontamentos
Daqueles que não sou
Mesmo desconhecendo
O destino, eu, alucinadamente, vou
Como nascem a lua, o sol
E os meus pensamentos
Quando me deito contigo ou só
Contando os meus devaneios
E o pior
Ou o melhor
É que ninguém sabe qual veio
Primeiro.
quinta-feira, 19 de março de 2015
O quanto espuma de raiva
Na metade
Dos anos dez
Do sexo vinte um
As autoridades
Ainda enxergam através
Dos espelhos de teto dos bedrooms
Tomara que saibam
- Aliás, de novo -
O quanto espuma de raiva
O estuprado povo.
A aposta
Tem que acontecer
Arrisco-me a dizer
Que já está acontecendo
Neste segundo
Neste momento
Como o mundo
Há de rolar
Como a bola
Que vou chutar
Em boa hora
Pode ser o gol
Pode ser agora
Pra quem já jogou
Tanto é a aposta
Com mais amor
Do que lógica.
terça-feira, 17 de março de 2015
Uma fagulha
O meu recipiente
Está com a boca cheia
De opiniões alheias
Já sou inquieto o bastante
A minha vida é paciente
Como a natureza
Uma fagulha que me hasteia
Na hora mais fatigante
A minha idade se troca sempre
No meu aniversário
E não me sinto retardatário
O tempo me toca adiante
Além de mim mesmo, estou ciente
De que não há nenhum adversário
Não sou de correr, mas nunca paro
Pra não chegar depois nem antes.
segunda-feira, 16 de março de 2015
Observatório da atualidade
A ciência é o novo mito
A notícia é o novo medo
A cidade é o novo mato
A gentileza é o novo modo
Mas continua muda em muitos
Muros e mundos.
sexta-feira, 13 de março de 2015
Quem não conhece a história vai na cola da histeria
Quem não conhece a história
Vai na cola da histeria
E atavicamente acredita,
Sob a bênção da marcha da família
Com Deus pela liberdade, que o golpe
É a revolução a galope
A ignorância pode
(Com a segurança menos coletiva
Do que seletiva da polícia)
Pedir xícaras de açúcar e bondade à malícia:
Isso dá mais ibope
Do que a novela das nove
Quem reconhece o que e quem move
Todos os pretensos
Revoltados fantoches
On-line e desconectados dos fatos por esporte
Anda ao lado do bom senso,
O melhor extintor de incêndio.
terça-feira, 10 de março de 2015
O descobrimento do esconderijo das panelas nas cozinhas dos diferenciados apartamentos
Faz um bom tempo
Que acabou outubro
Seu mimado aborrecimento
Não merece um terceiro turno
Seu asséptico engajamento
É um teleguiado discurso
Papagaiado pronunciamento
Desprovido de conteúdo.
Neste domingo houve o descobrimento
Do esconderijo das panelas
Nas cozinhas dos diferenciados apartamentos
Enquanto as periferias, as favelas
E os subúrbios seguem vendo
O ódio das classes alta e média
Pela invasão em aeroportos, cruzeiros
E universidades dos bem-vindos penetras.
segunda-feira, 9 de março de 2015
Aja, paciência
Aja, paciência
O tempo é reativo
A qualquer urgência
A cada novo motivo
Só acha a consciência
Sobre o que não faz sentido
Nem bate continência
No quartel, no quarto e no labirinto
Haja ausência
Para tanto desperdício
Todavia a vida compensa:
Nenhum dia é improdutivo.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Um bom brio
Um bom brio
Tipo peruca
Na antena
Para a captura
De sinais concatena
Um canal sadio e sutil
Sentindo o cinema
Como a expressão mais pura
Da vida entre vulgaridades e poemas
O dia seguinte é um filme que nunca se viu.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
A biografia não é cauterizada
Entre o livro
De bagaceira
E o meu autor preterido
A biografia não é cauterizada
A esmo eu vivo
Mesmo na ribanceira
Do meu sucateado coletivo
Não se acaba a estrada.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Aquele trem
Os cinquenta anos em cinco
Da gestão de Juscelino
Agora estão sendo compensados
Com a inércia do setor rodoviário:
Que falta faz aquele trem
Do Oiapoque a fluir, via Belém.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Do pseudomatemático comércio
Eu me projeto
E me protejo
Do pseudomatemático comércio
Com os meus versos
Reconheço que nem meço
O que conservo e converso
Nas bocas miúdas e moídas
Todavia é mais profundo do que uma propaganda
De margarina magnanimamente orgânica
Quero beber um negócio
Com baixo teor de ódio
Assim não arroto
Simpatia nos simpósios
Eu sei que posso
Antes de virar cinzas ou ossos
No berço sem saudade ou saída
Ser além de um candidato
A escravo de uma lógica de mercado.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
O impecável arranjo dos dentes
Sempre fico com um pé atrás
Com quem faz
A mesmíssima cara
Para as fotos
A quem me acha
Simplista e paranoico:
Caem as máscaras,
Os protocolos,
Os queixos, as casas
E os anjos diariamente
Exceto este sintoma
De quem se adorna
Com o impecável arranjo dos dentes
Que roem a corda
Não há sorriso perfeito que sustente
Um completo idiota.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Ouvindo The Animals no meio da roça
Ouvindo The Animals
No meio da roça
Não há quem possa
Olvidar os animais
Como vocês e eu
Estou onde a sinuca
Significa diversão
O beijo do sim na nuca
Nunca será não
E ela deu.
No meio da roça
Não há quem possa
Olvidar os animais
Como vocês e eu
Estou onde a sinuca
Significa diversão
O beijo do sim na nuca
Nunca será não
E ela deu.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Memórias do mergulho
É imperativo ficar louco
Senão piro no risco
De me supor outro
No lado arranhado do disco
Alheamento não é calma
As ondas, as conchas e as areias nos bolsos
Memórias do mergulho
Com uma bermuda que não era para o uso
E as camadas de sal e sol cruzam o osso
Roçando na alma.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Vamos abrir os olhos
Escassez hídrica
Talvez seja mais cinismo
Do que eufemismo
A fim de mascarar a notícia
A massa não é tão acrítica
Quanto antigamente
Quem é que sempre mente
Investindo nas fantasias?
Vamos abrir os olhos:
Nos jornais de escusos negócios
O que acontece é ilusório
E a mentira vira fato
Para não ficarmos logo
Totalmente soterrados nos destroços:
A água vale mais que o petróleo
E a sede veio antes do carro.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
O paraíso lento
Entre fagulhas
E vaga-lumes
Depois de uma chuva
De decuplicar o volume
Do rio
Dos raios
E dos risos
Eu reparei e ainda reparo
O paraíso lento
Sob a luz descoberta na mata
Densamente atlântica de São Bento:
Os bons tempos voltaram.
terça-feira, 20 de janeiro de 2015
Não é nenhum problema
Quando eu era um menino
No cronológico sentido
Tudo era uma festa
Agora quase nada se recupera
Quiçá eu fique chorando
Os deslizes das dores
E os bolores dos anos
Pros comerciais de dedetizadores
Mas, por favor, sem pena:
Não é nenhum problema.
Quando eu sou um adulto
No significado oculto
As propagandas não são mais
Subliminares e casuais.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Aproveitamentos
Aproveitemos
O dia, a página, o fotograma, o momento:
Será que ainda faremos ou já fizemos
Exatamente isso?
Ou é o tempo,
Pleno de incontáveis acontecimentos,
Que tem tal aproveitamento
De nós, bonecos submissos?
Não sou perito
Não sou perito
Em dar laços
Nem em amarrar pulseiras
Escorregadias
Mas eu admito
Que, por meio de abraços,
É a minha melhor maneira
De me atar todos os dias.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
No intuito e na intuição
No intuito e na intuição de me ver
Por dentro
Eu não careço
Nem quero carecer
De microscópio
Não sou tão óbvio
Entre o gosto da vitória
E o de vencimento
Não há convencimento
Pela oratória para a melhor escolha
O saber também é doce quando foge
E o picante saboreia os dias de hoje.
domingo, 11 de janeiro de 2015
Mais ciente do que cliente
Dia após dia
Tento me tornar
Mais ciente
Do que cliente
Sei que grita muito a imprensa
Mas se cada um de nós
Não ouvir a voz
Da própria consciência
A grande mídia
Vai sempre guiar
Corações, mentes
E contas correntes
Fazer humor
Não é humilhar
Quem é inferior
Sob qualquer olhar
Nada justifica os assassinatos
De sete de janeiro de dois mil e
quinze
Mas este fato tão noticiado aos teleguiados
Acontece em maior proporção e em
menor exibição todos os dias em vários países.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Depressão digital
Acidente ferroviário
Jornalismo ágil
Jornalismo ágil
Cosmético carnaval
Isolamento compartilhado
Depressão digital
Estupidez curtida por todos os lados
Repercussão antimusical
Fome planetária
Política religião
Fome planetária
Política religião
Programas competitivos de culinária
Atentado à liberdade de expressão
Lobotomia midiática
Lobotomia midiática
Sangue ostentação.
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