sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Haikai quente

Não precisei ouvir do Papa Francisco
Pra saber que não há fogo no inferno:
O verão está aí pra derreter o circo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O buraco é mais embaixo

O que é veiculado
Pelo Jornal Nacional
Deve ser analisado com cuidado
Em se tratando de pré-sal
O buraco é mais embaixo
A notícia é sempre comercial

Assim como a chuva e o sol
Vêm do céu
É nosso o pré-sal
E não da Shell.




segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ô, meteorologia, dá um tempo!

A sensação térmica
De cinquenta e cinco
Graus Celsius na cuca
 - Um gigantesco maçarico -
Novamente supera
O que havia sido previsto
Como a máxima temperatura

Quando chega dezembro
É sempre o mesmo caô
Fortalezas derretendo
Está cada vez maior o calor
Ô, meteorologia, dá um tempo!
É melhor acreditar na sensação
Do que na tua previsão



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Acenda a luz interna

Apague os faróis,
Os flashes e os holofotes:
São apenas sóis
E nós da vaidade

Acenda a luz interna:
É bem mais forte
Do que se pensa sob as lanternas 
Das cavernas da sociedade.










quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Filmes de guerra

Filmes de guerra
Helicópteros de paranoia
Nefelibatas da terra
Amnésias da história
Composições de amor
Novelas da infância
Obrigações do favor
Placebos de esperança
Fumaças da cidade
Paisagens de passados
Dezembros de falsidade
Diálogos de pássaros
Recados de geladeira
Mudanças da demora
Pessoas de cera
Opções da memória.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Quem me dera

Quem me dera
Para sempre tal sensação
De temperatura
Amena em plena primavera
Diante da procura no verão
Pena que pouco dura.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O fiscal do exame

O fiscal do exame
cismou que as miçangas
de acupuntura no meu ouvido
fossem escutas eletrônicas, meu amor

Chamou até o médico para findar o vexame
e se assegurar da bonança
da fé de um quase perdido
na Ilha do Governador.



domingo, 14 de dezembro de 2014

Proteção

Protetor de pele?
Deus é quem me protege:
God, save the skin.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Mantenho o convite

O paraíso
é preciso
e precioso

É para isso
que visualizo
o tempo todo

Embora não pinte
na rua, num clique ou num quadro,
mantenho o convite
sempre agora: nunca no passado.





sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Das formigas em volta da garrafinha de xarope

Para ter o mesmo enfoque
Das formigas em volta
Da garrafinha de xarope

É preciso deixar a mente solta
Com os pensamentos a galope
Sem sofrer tentando saber quando abre a tampa ou a porta.





quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Fronteiras displicentes

O ano corrente
É quando eu sou
Mais igual a mim: diferente
Ao máximo
Tanto ao norte parente
Quanto ao sul mágico
Atravessando as fronteiras displicentes
Da nação
Da minha imaginação
Sobre o ano seguinte:
Vai ser celebrado
Com muitos brindes
Beijos e abraços
Aos dois mil e quinze
Próximos passos.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Noutra cidade

A cidade evapora
Numa velocidade alucinante
E revoltante
A cidade exaspera

A cidade apavora
Está se excedendo
Tudo parece medo
A cidade desespera

Se as placas das ruas mudassem
De nome
Como já aconteceu com a paisagem
E as pessoas
Eu pensaria estar noutra cidade
Niterói fica onde?