Passeando na calçada
Vejo mais coisas
Do que na tevê
De quarenta e poucas polegadas
Encontro na caminhada
Quase as mesmas pessoas
Que não se veem
Do sofá da sala
Andando pela orla
Da praia observo os urubus numa
Espécie de autópsia
Do peixe expelido pela chuva
Crianças de sete a setenta anos
Jogam peteca e bola
Enquanto vou passando
Junto com as horas
E cumprimento
Os transeuntes
Sem aceno
Entre as nuvens.
2 comentários:
é diferente quando a gente sai de casa pra ver a realidade, de fato
Um alguém que não lembro quem, me disse, num quando que não recordo qual, que todo dia é dia de sair de casa, pois se algo deve acontecer será nesse instante entre a ida e a volta. Ato de generosidade ao acaso e fuga da quadrada eletrificada.
Adoro seus escritos, quando os leio tenho vontade de escrever e isso me faz...feliz!
Beijo, Lita
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