quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Confortos nefastos


Hoje eu não saio
Com o livro
Debaixo do braço
Somente na mente
Quiçá chova

Hoje eu ensaio
Um equilíbrio
Entre o lasso
E o persistente
Antes da cova

Hoje eu salto
Do precipício
De confortos nefastos
Para seguir em frente
Enfim, uma boa nova.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Par seria se fôssemos só dois


Nesta sexta-feira
Senegalesa
O vácuo foi pra breja.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Subjetivos objetivos


Agora só vou falar
Depois de feito
Por ora, é defeito
Dessa forma já sei errar

Agora só vou dizer
Com a cachola
O mundo é uma roda
E muda sem se perceber

Agora só vou contar
Quando vocês virem
O que é ainda um filme
Cabeça fora de cartaz e no ar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Globotomia


A ditadura
Ainda perdura
Nas editorias
De política
De cultura
De polícia
Antes que suba
Mais o véu de hipocrisia
Sobre a blogueira de Cuba
Ou agente da CIA,
Não creiam de forma súbita
No que a mídia influente noticia ou fantasia
Nem nunca.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Qualquer trocadilho

Na peleja para que algo seja escrito
Qualquer trocadilho
É bem recebido.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Da minha infância e de suas íntimas leis


Sei que nunca me desacoplei
Da minha infância e de suas íntimas leis
Quando tenho ânsia de brincar de aquaplay.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Principalmente no carnaval


É momento de se abastecer
De luzes e forças
Ao invés de cruzes e roupas
No intuito de se abster.

Não se vexe da nudez
É inerente, é natural
Principalmente no carnaval
Ao dizer que é a última vez.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Nos autorais dias de hoje


Eu vejo que manuscrevo
Apenas quando o teclado está longe
Igual àquele tempo
Em que tinha mais tempo do que nos autorais dias de hoje

Eu sou feito de nervos
E de noventa e nove nuvens no horizonte
Em dissolução através do vento
Que invento como o sol que só se põe.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Impensado e profundo


Não se fabricam armaduras
Para guerreiros sem coragem
Os jogos se manipulam
E apenas o impensado foge à conformidade
De quem aposta alto ou tudo

Não se adquire estrutura
Para leitores de amenidades
Os livros se amuam
Quando são lidos pela metade
Só se apreende o profundo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

As grades nem são tão estreitas


Janela aberta
- As grades nem são tão estreitas –

O céu cinzento
Anuncia a chuva
É só uma questão de tempo
- Não existe nunca -
E não é porque não vemos
A fissura, a abertura...
É igual ao cabelo
Ao sonho e à unha:
Em sutil crescimento
E em caso de corte, há costura.

Cabeça aberta
- Os grilos se enfarelam -

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E a quadrilha segue tranquila


Renan Calheiros é eleito em Brasília
Presidente do Senado
E a quadrilha segue tranquila
Em seu feudo, em seu reinado
A despeito dos abaixo-assinados
De quem tem dor na poupança e na virilha.


O contratempo é o próprio tempo


Sonho com prazo é meta
Embora o tempo se intrometa
Com toda a sorte de reveses
Sucessivamente às vezes.