Assisto: observo e ajudo
Sendo servo do que me faz ficar junto
De mim, de você e da natureza
Apesar das vontades rasteiras
Os dias não são para sempre tão grises
Quanto os meus atuais cabelos
O que não é nenhuma crise
Do tempo, quiçá do espelho
Já que há outros entretons
Hoje adormeço os marasmos
Com hipnóticos danados de bom
Em vez de andar sem entusiasmo.
Um comentário:
Ai hipnóticos... o que seria de mim sem eles. Quanto mais velho ficamos, mais chatos, cheios de manias e vícios. Se Nelson Rodrigues disse aos jovens que envelhecessem é que não podia mandar os velhos rejuvenescerem. Belo poema.
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