quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Em busca do sol

Quem me provoca
Mais do que eu
A não ser a própria pessoa
Que deve ser eu?

Espelho, espelho meu
Será que há alguém neste recinto
Mais parecido comigo
Do que eu?

Enquanto faço perguntas
Com respostas prontas
E aparentemente nulas
Descubro que a vida não é só um faz-de-conta
Para quem pula em busca
Do sol abolindo aquelas velhas sombras
E águas frescas coisa nenhuma
Porque ficam sem onda.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Filtro

Admito que seja preciso
Em caráter de urgência
Fazer um filtro
Apenas do que vale a pena

Senão eu me lavo
Em plena cisterna
Sem saber o lado
Aonde vão as pernas

A minha cabeça fervilha
De tantas ideias
No intuito de me mudar de ilha
Contanto que não vá para outra cadeia.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O céu e as pessoas

O céu segue
As pessoas de pileque
E as que bebem jamais

O céu escolta
As pessoas soltas
E as que só olham pra trás

O céu acompanha
As pessoas subterrâneas
E as que plainam no ar

O céu comboia
As pessoas boas
E também as más

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O dinheiro

O dinheiro não é o fim
Mas o começo do mesmo
Reconheço que deva existir
Menos acaso do que esmero

Quando o dinheiro é resultado
De algo feito com brasa
Não se trata de perdão nem de pecado
Tampouco de causa

Dinheiro não pode ser
Apenas o escopo
Por mais que soe clichê
Não se bebe todo o mar num copo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ilusões ilesas

Como você
Embora mantenha
A minha identidade
O meu ser
Longe das maldades
Do sistema

Tenho vicissitudes
Assim como (?)
O ornitorrinco
Tem as suas virtudes
Eu brinco e finjo
Que sou tonto.