De tanto botar o dedo na tomada
Tomo o choque
Para ter a tomada
De consistência a reboque
De tanto brincar com o fogo
Suo na cama
Com medo de quem me afogo
Navego em terra plana
De tanto cutucar a onça
Com a cara dura
Crio coragem e vergonha
Para reconhecer a altura
De tanto voar com os morcegos
Não quero mais dormir virado
Como os voluntários cegos
Têm raízes até os desarvorados.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Andando adiante
Quando me espio
No espelho de espanto
Eu percebo o corpo esguio
Dos versos em reflexos do canto
Que gostaria de ter escrito
Mas eu ainda tenho ânimo
Andando adiante, eu me resigno
E me ressignifico em câmbios
Sei que é preciso roer o osso
E ter cuidado com os dentes
E ter dinheiro e chave no bolso
E ter, ter, ter, a não ser que tente.
No espelho de espanto
Eu percebo o corpo esguio
Dos versos em reflexos do canto
Que gostaria de ter escrito
Mas eu ainda tenho ânimo
Andando adiante, eu me resigno
E me ressignifico em câmbios
Sei que é preciso roer o osso
E ter cuidado com os dentes
E ter dinheiro e chave no bolso
E ter, ter, ter, a não ser que tente.
O ponto de equilíbrio
Sem estardalhaço
Só em compromisso
Com o facundo silêncio
Reúno os estilhaços
Parece difícil
Fazer o que penso
Pensar no que faço
Pra dizer o que sinto
Apago o incêndio
De um sinistro abraço
Na saída do labirinto
Acendo um incenso
Para quem tem buscado
O ponto de equilíbrio
Agradeça pelo bom senso
Tudo ficará mais fácil
Com a coleta do lixo
E de outros excrementos.
Só em compromisso
Com o facundo silêncio
Reúno os estilhaços
Parece difícil
Fazer o que penso
Pensar no que faço
Pra dizer o que sinto
Apago o incêndio
De um sinistro abraço
Na saída do labirinto
Acendo um incenso
Para quem tem buscado
O ponto de equilíbrio
Agradeça pelo bom senso
Tudo ficará mais fácil
Com a coleta do lixo
E de outros excrementos.
domingo, 20 de setembro de 2009
Esperando pelo sol
Esperando pelo sol
Passeio no abismo da noite
Atrás de qualquer farol
Fonte, porto ou ponte
Amanhã já é primavera
Enquanto caio feito outono
O sol está à minha espera
E eu sei quando estiver pronto.
Passeio no abismo da noite
Atrás de qualquer farol
Fonte, porto ou ponte
Amanhã já é primavera
Enquanto caio feito outono
O sol está à minha espera
E eu sei quando estiver pronto.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
O tempo líquido
O que me acontecer
De bom ou de ruim
Fatalmente vai ser
O melhor pra mim
Um dia qualquer
Um dia desses
Em que estiver
Com o ínfimo interesse
Penso no verso seguinte
E me lembro de quando o relógio andava lento
O tempo líquido tem mais acinte
Do que o meu sólido empenho.
De bom ou de ruim
Fatalmente vai ser
O melhor pra mim
Um dia qualquer
Um dia desses
Em que estiver
Com o ínfimo interesse
Penso no verso seguinte
E me lembro de quando o relógio andava lento
O tempo líquido tem mais acinte
Do que o meu sólido empenho.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Bainhas puídas
Eu me amarro em bainhas puídas
Não fica segura a barra
Que a rua fabrica e agarra
Cada dia é um capítulo
Um botão a menos na camisa rasgada
Um par de antigas e largas calças
De mira na maré, no mural
E não na alcunha do que soe muro
Meramente moro no calcanhar do futuro
A vida é uma piada
Indizível e ouvem-se absurdos
Indivisível e resolve-se tudo.
Não fica segura a barra
Que a rua fabrica e agarra
Cada dia é um capítulo
Um botão a menos na camisa rasgada
Um par de antigas e largas calças
De mira na maré, no mural
E não na alcunha do que soe muro
Meramente moro no calcanhar do futuro
A vida é uma piada
Indizível e ouvem-se absurdos
Indivisível e resolve-se tudo.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Da capital esperança e do meu estado de sítio
Domando a ânsia
Sob o comando
Da capital esperança
E do meu estado de sítio
Descrito em memorandos
Que eventualmente consinto
No embalo da dança
Promissora das cadeiras
Das estrelas estranhas
Embora hospitaleiras
Às aventuras tantas
Bato o pé e a mão na madeira
Três vezes por semana
Pra ficar mais na beira
Eu só vou ser quando
Vier a derradeira instância
Quebrando qualquer quebranto
Preciso me desmembrar disto
Que apanhei depois da infância
Já me adverti e me diverti, eu me dispo.
Sob o comando
Da capital esperança
E do meu estado de sítio
Descrito em memorandos
Que eventualmente consinto
No embalo da dança
Promissora das cadeiras
Das estrelas estranhas
Embora hospitaleiras
Às aventuras tantas
Bato o pé e a mão na madeira
Três vezes por semana
Pra ficar mais na beira
Eu só vou ser quando
Vier a derradeira instância
Quebrando qualquer quebranto
Preciso me desmembrar disto
Que apanhei depois da infância
Já me adverti e me diverti, eu me dispo.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Teatro sórdido
Não posso ser tão assíduo
Dos infernos com fachada
Charmosa que nem paraíso
Não uso mais a madrugada
De cúmplice dos meus suicídios
Se respirar e parar
Para escrever
Tudo quanto pensar
Eu não saberei
Ser fiel ao radar
Mas não tem nada não
Eu entendo o teatro sórdido
E atuo sem dar satisfação
Dos versos como periódicos
Vale a sua interpretação.
Dos infernos com fachada
Charmosa que nem paraíso
Não uso mais a madrugada
De cúmplice dos meus suicídios
Se respirar e parar
Para escrever
Tudo quanto pensar
Eu não saberei
Ser fiel ao radar
Mas não tem nada não
Eu entendo o teatro sórdido
E atuo sem dar satisfação
Dos versos como periódicos
Vale a sua interpretação.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Só com muito jazz
Não fiz nenhum acordo
Tampouco brinde
Para me sentir regularmente morto
Não é coisa com que se brinque
A vida está por um fio
Apesar do wireless
No fito de não ficar fixo
Só com muito jazz
É tempo de escolher os frutos
Já chegou setembro
Junto com o futuro
Pelo que me lembro.
Tampouco brinde
Para me sentir regularmente morto
Não é coisa com que se brinque
A vida está por um fio
Apesar do wireless
No fito de não ficar fixo
Só com muito jazz
É tempo de escolher os frutos
Já chegou setembro
Junto com o futuro
Pelo que me lembro.
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