sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Como se fosse tão fácil assim

Eu financio os meus suicídios
Dou de ombros
E empresto os ouvidos
Aos meus sonhos
Duvidosos e divididos
Entre o edifício e os escombros

Eu planejo os meus sequestros
Banco a farsa e o refém
Busco sempre o que detesto
Nos dejetos da infâmia e do desdém
Do entusiasmo ao tédio
Sou todos e ninguém

Eu apoio os meus boicotes
Mobilizo multidões contra mim
Agiotas em prol do meu calote
Como se fosse tão fácil assim
E discuto a minha relação com a morte
Tentando dissuadi-la do meu fim.

3 comentários:

Anônimo disse...

Arrebentou irmão, muito maneira...

Marcelo Mayer disse...

vc manipula sua poesia de forma que não há como não escapá-la

mandou bem pra caralho!

Érica Ferro disse...

Muito boa! ;)

Parabéns.