Se o céu é do condor
A carniça é do urubu
Vou só de condicionador
Já que não rola xampu
Declamo, digo, leio as palavras
Tão rapidamente
Que não consigo saboreá-las
Parecem batatas quentes
Sei que tenho que dar uma pausa
Nesta urgência
Nesta náusea
É que eu falo como quem pensa.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Qualquer totem, algum arcano ou Suicídio de Vargas, nascimento de Leminski
Preciso inventar qualquer totem
Pra costurar às minhas vestes
Em vez de cultuar pestes
Que já são tantas
Sobretudo quando, onde estou, tem
Algo que me fortaleça
Com toda a gentileza
Do coringa na manga
Eu colo meu ouvido à parede
Para desvendar algum arcano
Parando de vender meus planos
A preço de banana
E calo minha boca com sede
Mais de palavras sábias
Do que de água áspera
Sem secar a gana.
Pra costurar às minhas vestes
Em vez de cultuar pestes
Que já são tantas
Sobretudo quando, onde estou, tem
Algo que me fortaleça
Com toda a gentileza
Do coringa na manga
Eu colo meu ouvido à parede
Para desvendar algum arcano
Parando de vender meus planos
A preço de banana
E calo minha boca com sede
Mais de palavras sábias
Do que de água áspera
Sem secar a gana.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
À ilustre angústia
Por mais que pareça aleive
Eu tenho que aliviar a dose
Antes que a desordem leve
Tudo de forma precoce
Não posso chamar a vida de injusta
Não devo abraçar as almas abjetas
Não quero voltar à ilustre angústia
O que careço é usar a janela já aberta
E bater as asas
Que não são infelizes nem de cerúmen
Para sair de casa
Apenas com antenas e raízes imunes.
Eu tenho que aliviar a dose
Antes que a desordem leve
Tudo de forma precoce
Não posso chamar a vida de injusta
Não devo abraçar as almas abjetas
Não quero voltar à ilustre angústia
O que careço é usar a janela já aberta
E bater as asas
Que não são infelizes nem de cerúmen
Para sair de casa
Apenas com antenas e raízes imunes.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Para virar a página e passar uma borracha
Eu não gosto quando as coisas
Deixam de ser elásticas
Cuecas e meias, por exemplo
É melhor acertar as contas
Antes que se afie mais a faca
Ceifando todo o meu tempo
Entre a minha cachola e a atmosfera
Vão embora as nuvens densas de borrasca
E eu quero que você, salubre escape,
Entre no meu coração de poeta
Para virar a página e passar uma borracha
Agradeço por ter escrito as falhas a lápis.
Deixam de ser elásticas
Cuecas e meias, por exemplo
É melhor acertar as contas
Antes que se afie mais a faca
Ceifando todo o meu tempo
Entre a minha cachola e a atmosfera
Vão embora as nuvens densas de borrasca
E eu quero que você, salubre escape,
Entre no meu coração de poeta
Para virar a página e passar uma borracha
Agradeço por ter escrito as falhas a lápis.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Trato raso
No ranger dos olhos
Em busca de brilho
No tanger dos poros
Por um suor fino
Quatro fases tem a lua
E só uma noite em mim jaz
Feito notícia nua
E aviso ao meu pai
No constranger do ente
Atrás de um acaso
No frigir dos dentes
Adotando um trato raso
De volta o mesmo sol
E uma nova manhã
Tudo poderia estar pior
E consolo a minha mãe.
Em busca de brilho
No tanger dos poros
Por um suor fino
Quatro fases tem a lua
E só uma noite em mim jaz
Feito notícia nua
E aviso ao meu pai
No constranger do ente
Atrás de um acaso
No frigir dos dentes
Adotando um trato raso
De volta o mesmo sol
E uma nova manhã
Tudo poderia estar pior
E consolo a minha mãe.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Manicômio de comuns
Eu falo de mim
Como se fosse outrem
Eu olho pro fim
Como se esperasse por ontem
Eu vivo assim
Como se não houvesse onde
Eu me desloco
Sou mais do que só um
E sigo sendo o mesmo louco
Neste manicômio de comuns
Que perderam o foco
Entre a panorâmica e o zoom.
Como se fosse outrem
Eu olho pro fim
Como se esperasse por ontem
Eu vivo assim
Como se não houvesse onde
Eu me desloco
Sou mais do que só um
E sigo sendo o mesmo louco
Neste manicômio de comuns
Que perderam o foco
Entre a panorâmica e o zoom.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Válvula de skype
Por qualquer válvula de skype
Eu completo a chamada
Graças à vibe
Mesmo sem a carta
Eu invento o naipe
E continuo na jogada
Que me cabe
E me descarta
A vida é um gás
Lacrimogêneo
Olhar só para trás
É tão ingênuo
Olhar só não me faz
Ser nenhum gênio
Olhar um sol a mais
Não causa incêndio.
Eu completo a chamada
Graças à vibe
Mesmo sem a carta
Eu invento o naipe
E continuo na jogada
Que me cabe
E me descarta
A vida é um gás
Lacrimogêneo
Olhar só para trás
É tão ingênuo
Olhar só não me faz
Ser nenhum gênio
Olhar um sol a mais
Não causa incêndio.
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