Preciso passar a dizer não
Aos beijos dos vampiros
Aos desejos de plantão
E ao meu indefeso umbigo
Para que o tempo me depure
Sabendo que eu posso
Fazer mais do que uma suposição
Das nuvens ou sob o jardim
Tenho que começar a dizer sim
Às vozes com menos volume
De longe e às vezes dentro de mim
Antes dos conselhos inúteis
Porque são ouvidos
No meio dos destroços
Quando se pensa na solução
Apenas às barbas do fim.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Os dias
Os dias ocorrem
Como a ocasião
E não digiro bem
Aquelas que se vão
Os dias escorrem
Como água
E não acordo bem
Na dimensão imediata
Os dias correm
Como um instante
E bebo um café bem
Forte pra dar um levante.
Como a ocasião
E não digiro bem
Aquelas que se vão
Os dias escorrem
Como água
E não acordo bem
Na dimensão imediata
Os dias correm
Como um instante
E bebo um café bem
Forte pra dar um levante.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Inglesa contramão
No sentido da rua
Em inglesa contramão
De esguelha encontro a sua
Intenção em tensão
Com a presente conjuntura
E a incipiente civilização
Varre a velha mente suja
Valendo-se da cardíaca razão
Quando eu me lembro
Que uso alarmes e lápis
Nos sonhos e desenhos
Para que algo se apague
Subitamente invento
Palavras que não jazem
Algumas vão com o vento
Outras ficam mudas e fáceis.
Em inglesa contramão
De esguelha encontro a sua
Intenção em tensão
Com a presente conjuntura
E a incipiente civilização
Varre a velha mente suja
Valendo-se da cardíaca razão
Quando eu me lembro
Que uso alarmes e lápis
Nos sonhos e desenhos
Para que algo se apague
Subitamente invento
Palavras que não jazem
Algumas vão com o vento
Outras ficam mudas e fáceis.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Para destilar no carnaval
Eu não sou máquina
Mas sigo o calendário
De forma mecânica e canina
É totalmente artesanal
Quando fabrico entusiasmo
Para destilar no carnaval
Eu não vivo de encomenda
Até o exato momento
Em que isso for a minha renda
Sou um robô autônomo
Tentando ser do pensamento
Menos escravo do que dono.
Mas sigo o calendário
De forma mecânica e canina
É totalmente artesanal
Quando fabrico entusiasmo
Para destilar no carnaval
Eu não vivo de encomenda
Até o exato momento
Em que isso for a minha renda
Sou um robô autônomo
Tentando ser do pensamento
Menos escravo do que dono.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Interiores em obra
Pela alforria da folia
Interiores em obra
Canalizando euforia
O tempo um dia cobra
Choro com propagandas
E também com novelas
Como a lágrima, a vida anda
Para quem a si se revela
O prazer é ótimo
E o gozo, extraordinário
Mas não estão no meu prognóstico
Ordinariamente diário
Eu não estou mais de férias
Nem quando me deito
Na cova pra domar as feras
Pra dormir e acordar cedo.
Interiores em obra
Canalizando euforia
O tempo um dia cobra
Choro com propagandas
E também com novelas
Como a lágrima, a vida anda
Para quem a si se revela
O prazer é ótimo
E o gozo, extraordinário
Mas não estão no meu prognóstico
Ordinariamente diário
Eu não estou mais de férias
Nem quando me deito
Na cova pra domar as feras
Pra dormir e acordar cedo.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Demissão de mim
Saindo da dimensão
Do delírio, de outro domínio
Em nome da demissão
De mim por estar dormindo
Na hora da devastação
Justo num domingo
Escuto da resignação
Que são coisas do caminho.
Do delírio, de outro domínio
Em nome da demissão
De mim por estar dormindo
Na hora da devastação
Justo num domingo
Escuto da resignação
Que são coisas do caminho.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Comigo não estou sozinho
Não vou catar na urina
Para voltar a perder
A famosa velha linha
Sob a falsa impressão de poder
Não vou foliar nas minas
Terrestres e gerais
Esta dança estranha é minha,
Fácil e de ninguém mais
Não vou festejar na latrina
Nem me submergir no rio
De janeiro por um fevereiro com trinta
Comigo não estou sozinho.
Para voltar a perder
A famosa velha linha
Sob a falsa impressão de poder
Não vou foliar nas minas
Terrestres e gerais
Esta dança estranha é minha,
Fácil e de ninguém mais
Não vou festejar na latrina
Nem me submergir no rio
De janeiro por um fevereiro com trinta
Comigo não estou sozinho.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Da maternidade ao asilo
O espírito é matéria sutil
E a matéria, espírito com mais peso
O meu corpo é meu abrigo
Templo, reino, tempo e feudo
Cujo perímetro supera o que imagino
Na querela entre a cautela e o medo
Da maternidade ao asilo
Quebram-se os berços
E decretam-se anistias de qualquer exílio
Enquanto resgato a infância, envelheço
Sendo meu avô, pai, irmão e filho
Feito de carne, vento, osso e gesso
Mesmo tendo um só domicílio
Eu moro em todos os endereços.
E a matéria, espírito com mais peso
O meu corpo é meu abrigo
Templo, reino, tempo e feudo
Cujo perímetro supera o que imagino
Na querela entre a cautela e o medo
Da maternidade ao asilo
Quebram-se os berços
E decretam-se anistias de qualquer exílio
Enquanto resgato a infância, envelheço
Sendo meu avô, pai, irmão e filho
Feito de carne, vento, osso e gesso
Mesmo tendo um só domicílio
Eu moro em todos os endereços.
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