A terra em febre draga
O que expele o dragão
O céu se arrasa
Sob o véu da razão
Chega de couraça
Se não me nega o coração
A saudade passa
Na celeridade da paixão
O espaço não acha
Seus passos no chão
Nada é suave ou se encaixa
Nem o cadáver no caixão
Mas o acaso se acerta
No ocaso do sertão
E as nuvens ficam tesas
Alhures de tanto tesão.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Salvo quando sonho
Contenho meus impulsos
Conto até dez mil
Não corto mais os pulsos
Não encosto no vazio
Não custo tão barato
Não degusto o esgoto
Não me desgasto de imediato
Não me descarto todo
Não abaixo o crânio
Não beijo o solo
Não me acho no pântano
Não fecho os meus olhos
Salvo quando sonho
Eu adormeço
E me recomponho
Para um novo começo.
Conto até dez mil
Não corto mais os pulsos
Não encosto no vazio
Não custo tão barato
Não degusto o esgoto
Não me desgasto de imediato
Não me descarto todo
Não abaixo o crânio
Não beijo o solo
Não me acho no pântano
Não fecho os meus olhos
Salvo quando sonho
Eu adormeço
E me recomponho
Para um novo começo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Renascimentos e suicídios
Pelo que eu me lembro
Não será para sempre
O tempo que nos demos
Nunca será perene
Não passa de dezembro
Ouvidos moucos
Para as pessoas
Que aos poucos
Consomem a própria peçonha
Na hora do almoço
Pelo que eu me recordo
Estaremos juntos
Como se fosse um acordo
Tácito e profundo
Em vigor no mundo todo
Se não me falha a memória
Envelheceremos unidos
Apesar dos pitacos de fora
Em renascimentos e suicídios
Antes, depois e agora.
Não será para sempre
O tempo que nos demos
Nunca será perene
Não passa de dezembro
Ouvidos moucos
Para as pessoas
Que aos poucos
Consomem a própria peçonha
Na hora do almoço
Pelo que eu me recordo
Estaremos juntos
Como se fosse um acordo
Tácito e profundo
Em vigor no mundo todo
Se não me falha a memória
Envelheceremos unidos
Apesar dos pitacos de fora
Em renascimentos e suicídios
Antes, depois e agora.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Cáustica bebida do caos
As folhas estáticas
Aclaram o meu suor
A sede parece intacta
Com parca água
Para tamanho calor
O dinheiro é mais virtual
Do que a própria internet
Há bens vindo para o mal
Na cáustica bebida do caos
Calma, em breve o iceberg derrete.
Aclaram o meu suor
A sede parece intacta
Com parca água
Para tamanho calor
O dinheiro é mais virtual
Do que a própria internet
Há bens vindo para o mal
Na cáustica bebida do caos
Calma, em breve o iceberg derrete.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Proparoxítonas
Quando a felicidade for sintética
E a poesia toda sintática
Meu sorriso não será tão cínico
Quanto a minha sisudez cênica
Quando a fé deixar de ser cética
E a medicina não for mais clínica
A humanidade não será tão crítica
Quanto o materialismo crônico
No frigir dos óbitos
Para fugir dos óculos
Cegos de tão óbvios
Eu me entrego em ósculos.
E a poesia toda sintática
Meu sorriso não será tão cínico
Quanto a minha sisudez cênica
Quando a fé deixar de ser cética
E a medicina não for mais clínica
A humanidade não será tão crítica
Quanto o materialismo crônico
No frigir dos óbitos
Para fugir dos óculos
Cegos de tão óbvios
Eu me entrego em ósculos.
Da areia movediça à cama elástica
Da areia movediça
À cama elástica
A fidúcia me iça
Olvido a vida de lástima
Sob o fulgor dos astros
Abstraio os jacarés
Enquanto me alastro
Sem rastro de lama nos pés
Preciso de uns pinotes
Já boiei muito no brejo
Para saber que só se pode
Dissolver o ego num beijo.
À cama elástica
A fidúcia me iça
Olvido a vida de lástima
Sob o fulgor dos astros
Abstraio os jacarés
Enquanto me alastro
Sem rastro de lama nos pés
Preciso de uns pinotes
Já boiei muito no brejo
Para saber que só se pode
Dissolver o ego num beijo.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Uma obscura regalia
Pensei que tivesse feito
Alguma poesia
No entanto apenas dormia
Sobre o aconchegado parapeito
Como se fosse direito
Uma obscura regalia
Enquanto carcomia
Os baldrames do meu leito
Sorri às estrelas a despeito
De nenhuma alegria
Por encanto eu sumia
No pretérito, mas que perfeito!
Alguma poesia
No entanto apenas dormia
Sobre o aconchegado parapeito
Como se fosse direito
Uma obscura regalia
Enquanto carcomia
Os baldrames do meu leito
Sorri às estrelas a despeito
De nenhuma alegria
Por encanto eu sumia
No pretérito, mas que perfeito!
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Do dote ao totem
Despertos os espíritos
Para que não devotem
Os tontos e os cínicos
Do dote ao totem
Incertos os poetas
Para que denotem
Broncos e profetas
Da sorte e do norte
Abertos os frascos
Para que extrapolem
Os sonhos e os fiascos
De porre em pólen.
Para que não devotem
Os tontos e os cínicos
Do dote ao totem
Incertos os poetas
Para que denotem
Broncos e profetas
Da sorte e do norte
Abertos os frascos
Para que extrapolem
Os sonhos e os fiascos
De porre em pólen.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Ares impuros
Um bocado em apuros
Eu me acalmo e penso
Nos ares impuros
Dos bares e templos,
Dos cárceres e institutos.
Ergo o copo e o rosto
E saúdo aos detentos
De todos os gostos,
Estudos e intentos
Pra sair do sufoco.
Eu me acalmo e penso
Nos ares impuros
Dos bares e templos,
Dos cárceres e institutos.
Ergo o copo e o rosto
E saúdo aos detentos
De todos os gostos,
Estudos e intentos
Pra sair do sufoco.
Assinar:
Postagens (Atom)