sábado, 15 de março de 2008

Cigarra

Não sou mais supérfluo
Com briosa paz, eu supero
Os encantos do efêmero
E os quebrantos de Érebo

Os tempos estão estranhos
E sinto uma calma higiênica
Mas ainda me banho
Com uma fina urgência

Não posso ser tão melífluo
Senão adoço demais e me melo
Com a burocracia das formigas
Sou cigarra antes das cinzas.

Um comentário:

Renato Alt disse...

Dizer o quê?
Acho sacrilégio comentar poesia... há que ler e deixá-la acontecer.
Abração.