Uma poesia é tão séria
Quanto uma brincadeira
Embora faminto
Não como
No sentido
Sólido
Até no limbo
Eu irrompo
Amor tão agudo
Quanto tudo
Mesmo sedento
Não trago
Ainda no relento
Um dia raio
Com uns duzentos
Livros diários.
A vida é tão capciosa
Quanto a medida das horas.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
domingo, 30 de setembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Segunda férrea
Em mudança consigo, às vésperas
Do domingo, do fim das férias
E da minha breve infância
Volto na segunda férrea
Para a nauseabunda guerra
Ou, se preferir, a corrida da grana
Nos bastidores basta uma feira
Farta de supervisores e outras xepas
Chips e chopes também enganam.
Do domingo, do fim das férias
E da minha breve infância
Volto na segunda férrea
Para a nauseabunda guerra
Ou, se preferir, a corrida da grana
Nos bastidores basta uma feira
Farta de supervisores e outras xepas
Chips e chopes também enganam.
domingo, 23 de setembro de 2007
Pachorra
Eu incendiaria
Se me esquentasse a sede
Se me encostassem na parede
Eu regurgitaria
Se não cuspisse no prato
Se não coubesse no espaço
Eu evaporaria
Se me pululassem os nervos
Se pulassem o que escrevo
Eu gotejaria
Se exprimisse via esferográfica
Se imprimisse lágrima
Mas expectoro os grilos
Sei que não adianta
Ficar intranqüilo
Toda hora é santa.
Se me esquentasse a sede
Se me encostassem na parede
Eu regurgitaria
Se não cuspisse no prato
Se não coubesse no espaço
Eu evaporaria
Se me pululassem os nervos
Se pulassem o que escrevo
Eu gotejaria
Se exprimisse via esferográfica
Se imprimisse lágrima
Mas expectoro os grilos
Sei que não adianta
Ficar intranqüilo
Toda hora é santa.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Moro e morro
Remoção bissexta
Dos fantasmas em pó
Com uma vassoura velha
No apartamento da bisavó
Graças à brisa
Da Guanabara
Pela vidraça fina
A vista não se embaça
Na rua da Conceição
Entre o Niterói shopping
E uma filial da Compão
Moro e morro feliz, sem neurose.
Dos fantasmas em pó
Com uma vassoura velha
No apartamento da bisavó
Graças à brisa
Da Guanabara
Pela vidraça fina
A vista não se embaça
Na rua da Conceição
Entre o Niterói shopping
E uma filial da Compão
Moro e morro feliz, sem neurose.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
À lei do probo fluxo
Quando não sei
Se tenso ou turvo
Fico à vontade dela
Lufada de primavera
Eu me rendo à lei
Do probo fluxo
E me prendo à flecha
Para o seu coração
Não me julgo rei
Nem senhor absoluto
De tudo em mutação
Sou uma gota e um grão.
Se tenso ou turvo
Fico à vontade dela
Lufada de primavera
Eu me rendo à lei
Do probo fluxo
E me prendo à flecha
Para o seu coração
Não me julgo rei
Nem senhor absoluto
De tudo em mutação
Sou uma gota e um grão.
Pão, leite e lâmina
Pão integral
Temperado com bolor
Bem que perdurou
Para surpresa geral
Leite desnatado
Com sabor azedo
Nem foi cedo
Ou vencido rápido
Lâmina de barbear
De uso único
Até que tirou por muito
Tempo pêlo do lugar.
Temperado com bolor
Bem que perdurou
Para surpresa geral
Leite desnatado
Com sabor azedo
Nem foi cedo
Ou vencido rápido
Lâmina de barbear
De uso único
Até que tirou por muito
Tempo pêlo do lugar.
domingo, 16 de setembro de 2007
Vaga-lume
Acho que me canso
Do que sou
Quando fico manso
Enquanto estou
Neste plano
Ainda estanque, vou
Às vezes rude
Noutras doce
Bem de saúde
Como se fosse
Um vaga-lume
Entre o dia e a noite.
Do que sou
Quando fico manso
Enquanto estou
Neste plano
Ainda estanque, vou
Às vezes rude
Noutras doce
Bem de saúde
Como se fosse
Um vaga-lume
Entre o dia e a noite.
sábado, 15 de setembro de 2007
Alma e magma
É passada a página
Apesar e por causa
Do mar de mágoa
Prossegue a marcha
Sob manchas e marcas
Anticâimbras e mágicas
Embora amargas
São tão magnas
Quanto as camadas
De alma e de magma
Antes da hora do nada
Que demora uma tonelada.
Apesar e por causa
Do mar de mágoa
Prossegue a marcha
Sob manchas e marcas
Anticâimbras e mágicas
Embora amargas
São tão magnas
Quanto as camadas
De alma e de magma
Antes da hora do nada
Que demora uma tonelada.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Algumas algemas
Não é que eu suma
Em algumas algemas
Pra entrar na sua;
Não é que eu tema
Notícias soturnas
Jugulando poemas;
Não é que eu durma
Enquanto me acenam
Insônias ininterruptas;
O nervo do problema
É que, em cada luta,
As palavras me queimam.
Em algumas algemas
Pra entrar na sua;
Não é que eu tema
Notícias soturnas
Jugulando poemas;
Não é que eu durma
Enquanto me acenam
Insônias ininterruptas;
O nervo do problema
É que, em cada luta,
As palavras me queimam.
domingo, 2 de setembro de 2007
Místico nexo
O afugentamento perene
É um imenso desperdício
Uma pedra e um tiro no pé quente,
Inquieto e adepto do que é difícil
Pela reminiscência vã pesco
De manhã o que foi dito ontem
Contudo em nome do místico nexo
Tudo será mais veloz do que um download.
É um imenso desperdício
Uma pedra e um tiro no pé quente,
Inquieto e adepto do que é difícil
Pela reminiscência vã pesco
De manhã o que foi dito ontem
Contudo em nome do místico nexo
Tudo será mais veloz do que um download.
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