Quando o boato
É mais convincente
Do que o fato
Quando a elegância
Só se faz presente
Nas propagandas
Quando o estro
É exilado no saco
De versos canhestros
Quando a ousadia
É distribuída no frasco
De senis aspirinas
Eu me sinto diluído
Pelo suco drástico
Do destino no intestino
Abstruso e exausto.
Compilação randomicamente ordenada dos versos meus ou de Tchellonious ou de Tchello Melo ou de Marciano Macieira ou de algum lugar.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Perfume impune
Na minha palma
Seu perfume
Impune me acalma
E me nutre
Todo santo dia
Demando ao relógio
Um pouco de correria
Quero voltar logo
E sentir o seu cheiro
Não só o que continua
Mas do corpo inteiro
E da alma inclusive
Para resistir na rua
Da manhã seguinte.
Seu perfume
Impune me acalma
E me nutre
Todo santo dia
Demando ao relógio
Um pouco de correria
Quero voltar logo
E sentir o seu cheiro
Não só o que continua
Mas do corpo inteiro
E da alma inclusive
Para resistir na rua
Da manhã seguinte.
terça-feira, 26 de junho de 2007
Dissecando meu âmago
No duelo contra o ego colossal
Ganho, contanto que eu saiba
De mim e sangro igual
A quem se embaça
Sou meu próprio canal
Por onde a vida se propaga
Decidida em me dissolver
Os receios no pântano
Durante o passeio com você
Dissecando meu âmago
Que não é o que se vê
No espelho quando me espanto.
Ganho, contanto que eu saiba
De mim e sangro igual
A quem se embaça
Sou meu próprio canal
Por onde a vida se propaga
Decidida em me dissolver
Os receios no pântano
Durante o passeio com você
Dissecando meu âmago
Que não é o que se vê
No espelho quando me espanto.
sábado, 23 de junho de 2007
Pedaço de luz
Pesadelos intermitentes
Sobrevoam toda noite
A minha mente
Como se moscas fossem
Sonhos latentes
Condicionados há muito
Tempo de repente
Condenam o que indulto
Eu caço uma nesga
De calma aos nervos
Um pedaço de luz apenas
Para dissipar o nevoeiro
Talvez enfim veja
O que já imaginava
A fim de tragar sem cerveja
O que traz a palavra.
Sobrevoam toda noite
A minha mente
Como se moscas fossem
Sonhos latentes
Condicionados há muito
Tempo de repente
Condenam o que indulto
Eu caço uma nesga
De calma aos nervos
Um pedaço de luz apenas
Para dissipar o nevoeiro
Talvez enfim veja
O que já imaginava
A fim de tragar sem cerveja
O que traz a palavra.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Combinados encontros casuais
Eu bem me lembro
Dos idos de setembro
Combinados encontros casuais
Pareciam nada demais
Depois do chamado
Pelo telefonema
Que esperava ser teu
Entendi todo o recado
Quando foste a primeira
A saber o que me aconteceu.
Eu nunca me esqueço
Do convulso começo
Das invasões consentidas
Das orientações invertidas
Tantas intempéries
Nós superamos
Entre o fado e o arrojo
As ondas em infindas séries
E nos seguramos
Se não por amor, ignoro como.
Dos idos de setembro
Combinados encontros casuais
Pareciam nada demais
Depois do chamado
Pelo telefonema
Que esperava ser teu
Entendi todo o recado
Quando foste a primeira
A saber o que me aconteceu.
Eu nunca me esqueço
Do convulso começo
Das invasões consentidas
Das orientações invertidas
Tantas intempéries
Nós superamos
Entre o fado e o arrojo
As ondas em infindas séries
E nos seguramos
Se não por amor, ignoro como.
sábado, 16 de junho de 2007
Fortuna
No primeiro instante
O sério semblante
Tão pulcros os cílios
Que parecem postiços
O olhar raio xis
A sacar o que não se diz
Pacotes de sal
E de glicose para todo mal
O prato que limpa
De fato com a língua
O pé que não pára
E a guimba imaginária
Tartarugas, sapos
Cobras e lagartos
O humor selvagem
Por ter sagacidade
A amizade canina
E a vaidade de menina
O amor sempiterno
Do céu ao inferno
E a alma despida
Capta toda a vida
O sério semblante
Tão pulcros os cílios
Que parecem postiços
O olhar raio xis
A sacar o que não se diz
Pacotes de sal
E de glicose para todo mal
O prato que limpa
De fato com a língua
O pé que não pára
E a guimba imaginária
Tartarugas, sapos
Cobras e lagartos
O humor selvagem
Por ter sagacidade
A amizade canina
E a vaidade de menina
O amor sempiterno
Do céu ao inferno
E a alma despida
Capta toda a vida
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Só o tempo é perfeito
Sem beligerância
E com a antena
Em sintonia ampla
Limpa, leve e densa
O espírito é desarmado
E não desalmado
Para colher flores
No lugar de dissabores
Larguemos as pedras
Quase perpétuas das mãos
E seguremos as rédeas
Que no vôo nos dão chão
Sob o mesmo teto
Sob o mesmo céu
Só o tempo é perfeito
E nós, você e eu.
E com a antena
Em sintonia ampla
Limpa, leve e densa
O espírito é desarmado
E não desalmado
Para colher flores
No lugar de dissabores
Larguemos as pedras
Quase perpétuas das mãos
E seguremos as rédeas
Que no vôo nos dão chão
Sob o mesmo teto
Sob o mesmo céu
Só o tempo é perfeito
E nós, você e eu.
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Nada rasos
Ciente de que não me redimo
Com os futuros versos
Ainda que sinceros
Admito que um mimo
Meu é o mínimo
Para que alcancemos
O que unidos somos
A par dos nossos passos
Aparentemente anacrônicos
Mas nada rasos
No resgate dos sonhos
Reféns do acaso.
Com os futuros versos
Ainda que sinceros
Admito que um mimo
Meu é o mínimo
Para que alcancemos
O que unidos somos
A par dos nossos passos
Aparentemente anacrônicos
Mas nada rasos
No resgate dos sonhos
Reféns do acaso.
domingo, 10 de junho de 2007
Após agora
Engaiolado na pasta
Setecentos e quatro
A comoção me alça
Ao som de pássaros
Éramos Pangéia
Uma lírica idéia
Antes das ilhas
Autônomas e ridículas
Após agora
Ignoro a bóia
Tanto para o almoço
Quanto para o socorro.
Setecentos e quatro
A comoção me alça
Ao som de pássaros
Éramos Pangéia
Uma lírica idéia
Antes das ilhas
Autônomas e ridículas
Após agora
Ignoro a bóia
Tanto para o almoço
Quanto para o socorro.
Sei
A mudança não veio
De ti
Todavia foste o meio
De distinguir
Nalgum dia
Sem sacar
O que já sabia
Como respirar
O que olvidei
E ainda sei
Eu me abrolho
Para fazer jus
Ao logradouro
Onde me dou à luz
Líquido amniótico
Vira vinho ao brinde
E que os copos
Não nos duvidem
Como duvidei
Mas agora sei.
De ti
Todavia foste o meio
De distinguir
Nalgum dia
Sem sacar
O que já sabia
Como respirar
O que olvidei
E ainda sei
Eu me abrolho
Para fazer jus
Ao logradouro
Onde me dou à luz
Líquido amniótico
Vira vinho ao brinde
E que os copos
Não nos duvidem
Como duvidei
Mas agora sei.
sábado, 9 de junho de 2007
Delírios sãos
Sincronicidade demais
Para se reduzir à coincidência
Diante do que demos
Entre o sono e a dança
Delírios sãos de tão iguais
Ao que se dá apenas
Para nós dois dentro
Da paciência e da ânsia.
Para se reduzir à coincidência
Diante do que demos
Entre o sono e a dança
Delírios sãos de tão iguais
Ao que se dá apenas
Para nós dois dentro
Da paciência e da ânsia.
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