quinta-feira, 31 de maio de 2007

No susto

Eu te amo tanto
Que não sei o quanto
Mas enquanto
Não descubro
Eu te cubro
Com um monte de mantos
E ósculos bruscos
Pra te aquecer no susto
E me esquecer da busca
Lógica e burra.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Cortes secos

Mantenho o regime
A renúncia do reino
Rompo o hímen
Feliz e sonolento
Com um filme
De cortes secos
Desde o umbigo
Passando por desfechos
Rudes e amigos
Cenas sem nexo
Mas só no início.

domingo, 27 de maio de 2007

Espelho vão

Opção pela solidão
Suicídio lento
Espelho vão
Vida desprovida de tempo
Sorriso chorando por razão
Abraço do vento

Confesso que às vezes
Careço ficar sozinho
Mas não é do meu interesse
Um monólogo vitalício
Como se eu quisesse
Ser meu exclusivo.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Nova conquista, mesma mulher

Todo dia é uma nova conquista
Da mesma mulher
Para sempre benquista
E desperta à base de beijos e café

Qualquer instante é uma chance
De um gesto do coração
Inquieto por algo mais no sangue
Que os carinhos dão.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Íntimos e indivíduos

Abraços de edredom
Afugentam o frio
Requentando em nós o dom
De domar o ego mesquinho
Cuja altura só há no som
Não lhe demos os ouvidos
Muito menos as mãos à solidão
Somos íntimos e indivíduos.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Além de climas infames

Passou o começo
Estamos no meio
E o arremate já veio
Com os ecos primeiros
Através de tempestades
Secas cruéis e tsunamis
Que o asfalto invadem
Além de climas infames
A natureza contesta
A humanidade desonesta
Anestesiada em festas
Incendiando florestas
Abarrotando artérias
Endeusando a matéria
Olvidando o que nos espera
Nas nuvens da nova era.