terça-feira, 6 de março de 2007

Sintomático suporte

Eu, que ando com medo
De escrever, de me descrever
Caminho na ponta da caneta dos dedos
Sobre a folha quase pronta pra se ler
Com os cem melhores poemas brasileiros
Do século vinte
Como um sintomático suporte
Já caíram as lâmpadas tristes
De tanto vento forte
Eu, que não acendo incenso à alta noite
Pra nada cobrir, pra me descobrir
Ascendo com as raízes que ouvem
E dizem feito antena, seu elixir.