sexta-feira, 2 de março de 2007

Desde 79

Antes que esteja subentendido
que esta poesia é de minha autoria
o sol não adivinha em nenhum dia
a que horas vai nascer
o tempo nunca é o mesmo quando
quero conjugar os verbos
sem julgar seus versos
as nuvens se movem
e não há céu tão enorme
que resolva tal questão
que dorme e envolve
desde setenta e nove
os bocejos, os beijos
úmidos e turvos de cerveja
se você quiser ser, veja
o que realmente é
venha, café, aquecer
novamente uma manhã qualquer
sem oração, senhora ação
espero com devoção seu batismo
na pia, na poesia, no dia-a-dia
no meio do capetalismo
sem que eu pela água límpida
deva nenhum centavo ínfimo.

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